Bósnia e Herzogóvina – Santuário de Medjugorje, Festival dos Jovens em 2019
Gabriella Ceraso – Cidade do Vaticano
“O que farei de bom para ter a vida eterna”? As palavras do jovem rico de que falam os Evangelhos sinóticos (cf. Mt 19,16-22; Mc 10,17-22; Lc 18,18-23), aquele que “partiu, ou melhor, correu ao encontro do Senhor, para ter a vida eterna, isto é, a felicidade”, são o tema guia do Festival dos Jovens em curso em Medjugorje até 6 de agosto. As saudações e a mensagem do Papa são dirigidas aos participantes, e ele toma estas palavras como ponto de partida e imediatamente indica o caminho: “É uma palavra – explica Francisco – que nos coloca diante do Senhor; e Ele fixa Seu olhar em nós, Ele nos ama e nos convida ‘Vem! Segue-me’!” (Mt 19,21).
Uma ocasião para ir ao encontro de Jesus
O Mladifest, recorda a todos o Papa, é de fato uma “semana de oração e de encontro com Jesus Cristo, em particular na sua Palavra viva, na Eucaristia, na adoração e no sacramento da Reconciliação”, que tem o poder de “nos colocar no caminho para o Senhor”. E assim este jovem do Evangelho, cujo nome não conhecemos, mas cuja alma conhecemos, torna-se o emblema de todos os que participam deste evento.
Ele, recorda o Papa, “educado e bem instruído”, era animado por uma “saudável inquietação que o incitava a buscar a verdadeira felicidade, a vida em sua plenitude”, por esta razão ele se colocou a caminho e em Jesus Cristo encontrou um guia “forte, credível e confiável” que “o dirigia a Deus, que é o único e supremo Bem do qual vem todo o outro bem”. A vida eterna, o bem pelo qual ele anseia, certamente não é um bem material a ser conquistado com “a própria força”, mas através de etapas a serem percorridas que Francisco indica aos jovens.
As etapas da vida eterna: amar o próximo
A primeira etapa, indicada por Jesus, é o “amor concreto pelo próximo”, mas não o amor dado pela observância de preceitos, mas um amor “gratuito e total”. De fato, Jesus está consciente do “desejo de plenitude que o jovem carrega em seu coração”, mas também de seu “ponto fraco”, que é seu apego a “muitos bens materiais”. Por esta razão, como segunda etapa, “ele lhe propõe passar da lógica do ‘mérito’ para a do ‘dom’:
Livre de todos os apegos
Se – explica o Papa – o coração está cheio de bens, o Senhor e o próximo se tornam apenas “coisas”, porque “demais para ter e demais para querer” nos sufoca, “nos faz infelizes e incapazes de amar”.
Daí a terceira etapa que Jesus propõe ao jovem, e que é uma escolha radical: “Vem! Segue-me!” Trata-se de “ser discípulos de Jesus”, que significa – explica o Papa em sua Mensagem – não imitá-lo externamente, mas “conformar-se com Ele” no fundo, recebendo em troca “uma vida rica e feliz, cheia de rostos de muitos irmãos e irmãs, e pais e mães e filhos”, como diz o Evangelho:
Ligar-se a Cristo para ser feliz: dizer sim sem reservas
Triste, então, porque “não encontrou a coragem para aceitar a resposta, que é a proposta de se ‘desamarrar’ de si mesmo e das riquezas para se ‘amarrar’ a Cristo, para caminhar com Ele e descobrir a verdadeira felicidade”. É isto então que o Papa, a partir do Evangelho, pede aos jovens que nesta semana desejam fazer um caminho interior:
Tenham a coragem de viver sua juventude, confiando-se ao Senhor e partindo com Ele. Deixai-vos conquistar por seu olhar amoroso que nos liberta da sedução dos ídolos, das falsas riquezas que prometem vida mas trazem a morte. Não tenham medo de acolher a Palavra de Cristo e de aceitar seu chamado. Não desanimem como o jovem rico do Evangelho; em vez disso, fixem o olhar em Maria, o grande modelo da imitação de Cristo, e confiem-se a Ela que, com seu “eis-me aqui”, respondeu sem reservas ao chamado do Senhor.
Maria modelo para a vida de todos nós
Que Maria, a cuja materna intercessão o Papa confia os jovens presentes ao Festival, seja a fonte da “força” à qual nos inspiramos para dizer nosso “eis-me aqui”, mas também um modelo para “levar Cristo ao mundo” e para “transformar nossas vidas em um dom para os outros”. Como Ela, esforcemo-nos, pede o Papa, para estar atentos aos outros e descobrir na vontade de Deus “nossa alegria”, acolhendo-a mesmo que não seja fácil, mas na certeza de que “ela nos faz felizes”.
Sim, a alegria do Evangelho enche o coração e toda a vida dos que encontram Jesus”. Aqueles que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo a alegria sempre nasce e renasce.