Estamos no último domingo do mês de janeiro, onde já podemos dar graças a Deus pelos tantos benefícios recebidos no início deste ano, dar graças a Deus pela oportunidade de renovar a fé com a celebração da festa de São Sebastião e de renovar nossas esperanças por meio das campanhas de vacinação contra a COVID-19 que já se iniciaram em nossa cidade. Deus é muito bom para conosco e não podemos deixar de reconhecer e dar graças por tantos benefícios recebidos e por aqueles que estão por vir.
Devemos também dobrar nossos joelhos para seguir clamando ao Senhor por tantas necessidades em nossas vidas e por todas aquelas que são percebidas também ao nosso redor, nas vidas das pessoas que amamos e na vida da nossa cidade. Não podemos deixar de ser também instrumentos do bem por meio da nossa intercessão.
Neste 4º domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus vai nos apresentar um convite a que estejamos continuamente atentos ao Senhor que nos fala, que dialoga conosco, que se digna entrar em contato com o ser humano, mera criatura.
No Evangelho (Mc 1,21-28), São Marcos nos relata que Jesus adentra a sinagoga de Cafarnaum e ensina em dia de sábado. O Evangelista faz questão em ressaltar a reação das pessoas que ali se encontram: todos estavam admirados com a autoridade com que Jesus falava. A fala de Jesus chama a atenção porque as palavras dele são verdade, nele esta palavra proclamada se faz vida e ele é a Palavra de Deus.
Logo após, o Evangelho nos relata a chegada de um homem possuído pelo demônio, que chega aos berros na sinagoga: a autoridade e o poder de Deus se mostram na maneira como Jesus ordena que o demônio se cale e que saia do corpo dele. Jesus realiza este milagre por meio da força da sua Palavra. Somos chamados a testemunhar a força da Palavra que cura e renova a vida.
Além de contemplar a força da Palavra de Deus atuando, mais uma vez o Evangelho nos convida a contemplar Jesus que passa pelo mundo fazendo o bem. Onde Jesus se encontra, é feito o estabelecimento do bem. Ele é A Bondade que veio morar no meio de nós, e uma das marcas da presença de Jesus nos lugares e nos corações é o tornar-se instrumento do bem.
A força de Jesus que chama a atenção de todos na sinagoga é anunciada já na primeira leitura, onde no livro do Deuteronômio (Dt 18,15-20), Moisés dirige ao povo a Palavra de Deus, anunciando que no futuro o Senhor enviaria um profeta e que a este devem ouvir. O profeta é aquele que fala em nome de Deus, é aquele que interpreta e orienta a realidade concreta a partir da Palavra e da Vontade do Senhor.
O salmo de resposta (Sl 94), resposta orante ao que foi proclamado na primeira leitura, traz um convite à adoração e um convite, quase que uma convocação, a que todo o povo esteja atento a ouvir a voz de Deus, não fechando o coração ao que o Senhor tem a nos dizer.
É neste mesmo seguimento que na segunda leitura (1Cor 7,32-35) o Senhor, através do uso da imagem das dedicações dos solteiros e dos esposos e esposas, nos convida a ouvir sua voz. Todas as pessoas, nas mais diversas condições em que se encontrem, são chamadas a ouvir a voz de Deus acima de todas as coisas.
O Senhor fala conosco constantemente. Vale então a pena nos perguntarmos se estamos atentos aos apelos que o Senhor nos dirige. Numa época em que se refugia com muita facilidade o ruído e na dispersão, ouçamos o Senhor que nos fala; admiremo-nos com a bondade e a autoridade do que nos tem a dizer. Deus nos fala pelas circunstâncias, Deus nos fala pelas coisas simples. Recordamos as palavras do Papa Francisco em uma de suas homilias matinais na Casa Santa Marta: “Devemos perguntarmo-nos: Paro eu para ouvir a Palavra de Deus? Pego a Bíblia, me fala? O meu coração endureceu-se? Eu afastei-me do Senhor? Perdi a fidelidade ao Senhor e vivo com os ídolos que a mundaneidade me propõe todos os dias? Perdi a alegria da maravilha do primeiro encontro com Jesus?” “Peçamos a graça de ‘escutar a voz do Senhor’ e não ‘endurecer o coração'”.