Andressa Collet – Vatican News
Assim o Papa Francisco reconhecia a atuação da “Stella Maris” numa audiência em junho de 2019, quando recebeu uma centena de capelães, voluntários e diretores nacionais que trabalham nos portos da Europa. Além de oferecer assistência espiritual e material aos agentes da navegação marítima, pescadores e familiares, o Pontífice enalteceu o empenho diário para fazer girar a economia global através do transporte dos navios.
Já neste ano, de grandes desafios com a pandemia, o Pontífice pediu a união da Igreja para rezar pelas pessoas que trabalham e vivem do mar, no mundo inteiro, através do vídeo de intenção de oração no mês de agosto. Para este mês, de outubro, então, as atenções se voltam para as comemorações de aniversário de 100 anos da Stella Maris.
Os 100 anos da Stella Maris
No próximo domingo (4), dia do centenário, dom Philip Tartaglia, arcebispo de Glasgow, vai presidir uma missa de ação de graças pelos 100 anos da Stella Maris. A celebração começa às 16h na hora italiana, 11h no Horário de Brasília, com transmissão ao vivo, via streaming, pelo www.stellamaris.org.uk/centenarymass.
Uma das primeiras iniciativas do centenário, porém, seria o XXV Congresso Mundial que, devido aos limites impostos pela pandemia, ainda em março foi transferido para ser realizado de 3 a 8 de outubro de 2021, sempre em Glasgow, na Escócia. A mudança de datas foi anunciada na época pelo cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
O próprio prefeito acaba de divulgar uma carta atualizando a situação e encorajando as comemorações através da criatividade na realização responsável de atividades nos países e apesar “da limitada liberdade de movimento”. No texto, o cardeal percorreu a história e a missão da Stella Maris neste centenário, com capelães e voluntários – “apóstolos de várias nacionalidades”, que, a cada ano, realizam “ao menos 70 mil visitas de navios a mais de 1 milhão de marítimos” em cerca de 300 portos.
Crise de emergência humanitária no mar
Com “as restrições de viagem, o fechamento das fronteiras e as medidas de quarentena impostas por muitos governos em resposta à pandemia da Covid-19”, afirma o cardeal, se estima que mais de 300 mil marítimos estejam atualmente blocados no mar, com dificuldades nos contratos de trabalho que tiveram que ser prorrogados e longe de casa e dos familiares. A Stella Maris expressa, assim, solidariedade diante dessa “crise de emergência humanitária no mar” e pede “aos governos, junto às organizações internacionais, nacionais e às autoridades portuárias, de cooperar para resolver essa dramática situação”.
O nome oficial unificado: Stella Maris
A rede mundial da Stella Maris, um ministério marítimo da Igreja Católica fundado em Glasgow, no Reino Unido, em 1920, conta hoje com mais de 1.000 capelães e voluntários que promovem a pastoral de atenção espiritual, de informação e amizade.
Para melhor representar esse universo e diminuir as incompreensões sobre a organização, o ministério para as pessoas que trabalham e vivem do mar passa a ter uma única denominação: “Stella Maris”, nome tradicionalmente usado para se referir a Nossa Senhora como uma estrela polar que nos guia a Cristo. O Pe. Bruno Ciceri, diretor internacional da Stella Maris no Conselho Pontifício da Santa Sé para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, divulgou inclusive um comunicado no último dia 20 de setembro anunciando a nova decisão – que também faz parte do centenário da organização.
De agora em diante, afirmou Pe. Bruno, “o nome oficial que vai designar o apostolado da Igreja católica para as pessoas do mar será ‘Stella Maris’, que vai substituir o nome atual, ‘Apostolado do Mar’”. O diretor reforça a decisão, divulgada inclusive com um novo logo da Stella Maris, justificando que a identidade global unificada será “facialmente reconhecida dentro da indústria marítima mundial”, inclusive sem traduções em diferentes idiomas.