O Cardeal Peter Turkson, Presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, interveio nesta segunda-feira numa reunião de alto nível nas Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre as mudanças climáticas.
Transmitindo as saudações do Papa, o Cardeal exprimiu o desejo de um debate honesto que leve à tomada de importantes decisões, esperadas pela humanidade.
Recordou que mais de duas décadas depois da Cimeira acerca da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992, o Papa Francisco publicou a encíclica “Laudato Sí” em que sublinha o facto de a pobreza e a fragilidade do Planeta estarem intimamente ligadas. Por isso, encoraja os governos do mundo inteiro a terem um olhar integral sobre a questão da ecologia – abordagem necessária para um desenvolvimento inclusivo de todos e para a protecção do Planeta Terra.
O Cardeal Turkson chamou depois a atenção para o facto de as mudanças climáticas serem um problema global com graves consequências; de o clima ser um bem comum, em relação ao qual deve prevalecer a prudência, a precaução e a mudança de estilo de vida, de produção e de consumo, para que esse bem possa ser preservado.
Daí a urgência de desenvolver políticas para que, daqui a poucos anos, se reduza drasticamente a emissão de dióxido de carbónio e de gases para a atmosfera, e para que as fontes de energia poluidoras sejam substituídas progressivamente por energias renováveis.
Ultrapassar a pobreza e reduzir a degradação ambiental requer uma séria revisão do modelo dominante de desenvolvimento, de produção, de comercio e de consumo – sublinhou o Cardeal, frisando, porém, que o maior desafio não é tanto científico e tecnológico quanto de mente e coração. Uma abordagem mais responsável a nível global é necessária para enfrentar ambos os problemas: a redução da poluição e o desenvolvimento das regiões e países pobres.
Essa corajosa revisão e reforma políticas só acontecerá “se acatarmos o apelo para procurar outras vias de compreensão da economia e do progresso”. “A dimensão política tem de restabelecer o controlo democrático sobre a economia e as finanças, algo que está acima das escolhas básicas das sociedades humanas – concluiu o Cardeal Turkson.
Fonte: Rádio Vaticano