“Como podemos ser guardiões de esperança, se negligenciamos a memória, a sabedoria e a experiência dos idosos e as aspirações dos jovens?”
O Papa Francisco afirmou hoje, ao se encontrar com os bispos da Coreia, que a sociedade precisa demonstrar uma particular solicitude pelas crianças e os idosos.
“Como podemos ser guardiões de esperança, se negligenciamos a memória, a sabedoria e a experiência dos idosos e as aspirações dos jovens? A este respeito, quero pedir-vos que cuideis de modo especial da educação dos jovens, sustentando na sua indispensável missão não apenas as universidades, mas também as escolas católicas de todos os graus, a começar pelas escolas primárias, onde as mentes e os corações jovens são formados no amor de Deus e da sua Igreja, no bem, no verdadeiro e no belo, para serem bons cristãos e honestos cidadãos.”
Ser guardiões da esperança – explicou o Papa – implica também garantir que o testemunho profético da Igreja “continue a expressar-se na sua solicitude pelos pobres e nos seus programas de solidariedade especialmente a favor dos refugiados e migrantes e daqueles que vivem à margem da sociedade”.
“Esta solicitude deveria manifestar-se não somente através de iniciativas concretas de caridade – que são muito necessárias –, mas também no trabalho constante de promoção a nível social, ocupacional e educativo. Podemos correr o risco de reduzir o nosso empenhamento com os necessitados simplesmente a uma dimensão assistencial, ignorando a necessidade que tem cada um de crescer como pessoa e poder expressar com dignidade a sua própria personalidade, criatividade e cultura.”
“A solidariedade com os pobres deve ser considerada como um elemento essencial da vida cristã; através da pregação e da catequese, fundadas sobre o rico património da doutrina social da Igreja, essa solidariedade deve permear os corações e as mentes dos fiéis e reflectir-se em todos os aspectos da vida eclesial”, afirmou Francisco.
“O ideal apostólico de uma Igreja dos pobres e para os pobres encontrou uma expressão eloquente nas primeiras comunidades cristãs da vossa nação. Espero que este ideal continue a moldar o caminho da Igreja coreana na sua peregrinação para o futuro. Estou convencido de que, se sobressair na Igreja o rosto do amor, cada vez mais jovens se sentirão atraídos para o coração de Jesus, sempre inflamado de amor divino na comunhão do seu místico Corpo.”
Modelos de gestão
Em uma última passagem do seu discurso aos bispos coreanos, o Papa Francisco advertiu que, em uma sociedade secularizada, “os agentes de pastoral são tentados a adotar não apenas modelos eficazes de gestão, programação e organização, inspirados no mundo dos negócios, mas também um estilo de vida e uma mentalidade guiados mais por critérios mundanos de sucesso e até mesmo de poder do que pelos critérios enunciados por Jesus no Evangelho”.
“Ai de nós, se a cruz ficar esvaziada do seu poder de julgar a sabedoria deste mundo! Exorto-vos, a vós e aos vossos irmãos sacerdotes, a rejeitar esta tentação em todas as suas formas. Queira o Céu que possamos salvar-nos da mundanidade espiritual e pastoral que sufoca o Espírito, substitui a conversão com a condescendência e acaba por dissipar todo o fervor missionário.”
Fonte: Aleteia