No próprio dia 13 ocorreram mais dois incidentes, com um ataque por homens armados a uma prisão de alta segurança e o roubo a um armazém
No próprio dia 13 ocorreram mais dois incidentes, com um ataque por homens armados a uma prisão de alta segurança e o roubo a um armazém de materiais de comunicação.
Todos estes eventos apontam para uma situação de grave insegurança na região do Sahel com as comunidades cristãs a serem um dos alvos da violência de grupos armados.
A falta de notícias sobre o paradeiro do missionário italiano é uma fonte de enorme preocupação para a Igreja e o Papa Francisco lembrou-o no final da semana passada na reunião do Capítulo Geral da Sociedade das Missões Africanas.
No encontro, o Santo Padre sublinhou o trabalho dos missionários que, não raras vezes, arriscam a própria vida ao serviço das comunidades mais desprotegidas e lembrou o padre Pierluigi desaparecido desde Setembro de 2018 na região fronteiriça entre o Níger e o Burkina Faso.
“Obrigado pelo vosso zelo missionário, imbuído de coragem, que vos leva a sair e a oferecer a todos a vida de Jesus Cristo e, às vezes colocando a vossa própria vida em perigo”, disse o Papa Francisco, acrescentando: “Neste sentido, gostaria de me juntar a vós em oração pelo vosso irmão Pierluigi Maccalli, que foi sequestrado há vários meses no Níger”.
Em relação ao sequestro do missionário italiano, a Fundação AIS deu conta, no passado mês de Abril, do sofrimento que está a ser vivido também pelo Padre Walter, actualmente a viver na Libéria, pela falta de notícias sobre o paradeiro do seu irmão, o Padre Pier Luigi Maccalli.
Alexandra Almeida, uma missionária leiga oriunda da paróquia de Famões, no Patriarcado de Lisboa, está actualmente em Foya, na Libéria, e tem contactado com regularidade com o Padre Walter colocado nesta região precisamente quando o seu irmão foi raptado, ao que tudo indica, por um comando jihadista.
Numa mensagem enviada para Lisboa, para a Fundação AIS, Alexandra afirma que o Padre Walter “tinha sido nomeado para a Libéria quando o seu irmão foi raptado a 17 de Setembro”. Apesar do sequestro “e para surpresa de todos, ainda assim, decide partir para Foya” para “estar ao serviço” das populações locais, “celebrando, ajudando e cuidando daqueles que mais precisam”. “Só assim é que faz sentido”, acrescenta Alexandra Almeida.
Desde 17 de Setembro, quando oito homens armados que se faziam transportar em motocicletas raptaram o Padre italiano Pier Luigi de sua casa em Bamoanga, mesmo em frente à igreja local, nunca mais houve notícias do sacerdote.
A expectativa, porém, é que se encontre no Burkina Faso, segundo a afirmação do porta-voz do governo local, Rémi Dandjinnou, em entrevista publicada recentemente no canal francês de rádio RFI. Recorde-se que o Burkina Faso, país que faz fronteira com o Níger, tem sido palco também de vários ataques contra a Igreja nos últimos tempos. Tal como a Fundação AIS noticiou na semana passada, homens armados atacaram na manhã de domingo, dia 12 de Maio, uma igreja durante a celebração da missa na cidade de Dablo, causando seis mortos entre os quais um sacerdote, o Padre Simeon Yampa.
Os agressores incendiaram posteriormente o edifício da igreja assim como um centro de saúde e algumas lojas. Este foi o terceiro ataque a igrejas no Burkina Faso nas últimas semanas e ocorreu apenas dias depois de uma operação militar francesa de resgate de ocidentais que se encontravam sequestrados ao que tudo indica por grupos jihadistas.
(Departamento de Informação da Fundação AIS)