Trazida para o Brasil pelos portugueses no século XVI, a Festa do Divino, uma das maiores expressões da devoção popular brasileira, comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Cristo e acontece 50 dias após o Domingo de Páscoa, o que corresponde ao Pentecostes do calendário oficial católico. O Pentecostes foi chamado pelo Papa João Paulo II de “a nova primavera do Espírito Santo”.
As festas do Divino são comuns em várias regiões do Brasil. As mais famosas acontecem em Pirenópolis (GO), Alcântara (MA), Parati (RJ), São Luís do Paraitinga, Mogi das Cruzes e Tietê (SP). Esta devoção originou-se de uma exortação do Sumo Pontífice Leão XIII. Com efeito, o mesmo Santo Padre, em um breve 5 de maio de 1895, aconselhando os católicos a fazerem devotamento a novena do Espírito Santo sugeria como fórmula de uma prece especial, a seguinte invocação, que recomenda seja insistentemente repetida: “Enviai o vosso Espírito e tudo será criado; e renovareis a face da terra”.
Uma das mais antigas no país é a do sul fluminense, em Paraty (RJ), celebrada desde o século XVII. Desde a era colonial, essa festa veio se transformando num evento de rara beleza, com apresentação de folia, bando precatório, ladainhas da novena, missas cantadas, leilão de prendas, danças típicas, distribuição de doces para as crianças, coroação do imperador, grande almoço que acontece na véspera do grande dia de Pentecostes, para todos os participantes da festa, entre outros atos que reforçam nas pessoas sentimentos como o amor ao próximo e a solidariedade.
Origem da Festa do Divino
A origem da Festa de Pentecostes, chamada popularmente de Festa do Divino, como se conhece hoje vem de Portugal no século XIV, com uma celebração estabelecida pela Rainha Isabel (1271-1336), canonizada com o nome de Santa Isabel Rainha de Portugal, conhecida pela sua extrema caridade, quando mandou construir uma da igreja dedicada ao Espírito Santo, na cidade de Alencar.
Para a inauguração dessa Igreja, toda a corte foi convidada e as ruas se enfeitaram para receber o cortejo real. A devoção se difundiu rapidamente e tornou-se uma das mais populares de Portugal. Essa festa chegou ao Brasil com os primeiros povoadores portugueses e por seus folguedos se espalhou com facilidade por todas as regiões brasileiras.
Há documentos que confirmam a realização da festa do Divino em diversas localidades brasileiras desde os séculos XVII. É o caso de uma carta do capelão João de Morais Navarro a Rodrigues Cezar de Menezes, então governador da Capitania de São Paulo, datada de 19 de maio de 1723, que se iniciava com as seguintes palavras: “Indo ter à festa do Santíssimo Espírito Santo na Vila de Jundiai” – em “Documentos Avulsos”, publicação do Arquivo do Estado.
No Vale do Paraíba Paulista, onde a cultura popular encontra a sua manifestação maior no jeito de ser caipira (modelo sobretudo do Estado de São Paulo, onde compreende a maioria da sua população tradicional), a festa firmou-se na maioria dos municípios (seja em comemorações grandes na zona urbana, ou pequenos festejos nos bairros rurais.
Cores e símbolos
Seu principal símbolo é uma pomba branca, que representa o Divino Espírito Santo. Em algumas cidades, o ponto alto da festa é a coroação do imperador, quando são usadas roupas luxuosas, feitas de veludo e cetim. Dependendo da região, os folguedos mais comuns da festa são as cavalhadas, os moçambiques e as congadas. Há também danças, como o cururu, o jongo e o fandango.
A bandeira é feita em tecido vermelho, geralmente veludo alemão, onde é pintada ou bordada a figura da pomba, colocada em varão com ponteira (ponta de lança) metalizada e é usada na Folia, acompanhando a coroa e o cetro. No Rio de Janeiro, ela tornou-se comemorações de açougueiros portugueses que celebravam o Divino nos moldes açorianos, mas a utilizava para reafirmar laços de solidariedade, aliança política e de identidade.
Com informações do superzap.com
Fonte: CNBB