A ideia é «oferecer aos atletas um espaço onde possam buscar conforto e paz de espírito», explica o padre Leandro Lenin
Rio de Janeiro, Brasil, 07 jul 2016 (Ecclesia) – Os Jogos Olímpicos deste ano, no Rio de Janeiro, vão ter um espaço reservado a atletas e pessoas de todas as crenças, com a aposta num centro inter-religioso instalado na Aldeia Olímpica.
Numa entrevista concedida ao site oficial da competição, o coordenador do centro inter-religioso sublinha que aquela estrutura está aberta a “pessoas de todas as religiões” para dar “o suporte que for necessário”.
“A nossa missão é oferecer aos atletas um espaço onde possam buscar conforto e paz de espírito”, realça o padre Leandro Lenin.
Na Aldeia Olímpica vão estar representantes das três religiões mais emblemáticas do mundo – o cristianismo, o judaísmo e o islamismo – e também do hinduísmo e do budismo.
Cada uma destas religiões terá “o seu espaço próprio, com capacidade para aproximadamente 50 pessoas”, coordenado por quatro capelães católicos, quatro presbiterianos e mais quatro representantes de cada um das outras crenças mencionadas.
Quem precisar poderá recorrer àqueles agentes todos os dias, entre 24 de julho e 21 de setembro, das 07h00 às 22h00.
Haverá também espaço para outras religiões, incluindo o Espiritismo e religiões afro-brasileiras, como Candomblé e Umbanda”, acrescenta o padre Leandro Lenin.
De acordo com as estimativas avançadas pela organização dos Jogos Olímpicos Rio2016, a Aldeia Olímpica deverá receber cerca de 17 mil pessoas, entre atletas e outros membros das várias comitivas de cada país.
Numa abordagem ao centro inter-religioso, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro já classificou o projeto como “um dos pontos mais importantes” dos Jogos.
“Ter uma área ecumênica para oferecer um conforto religioso a todos os atletas e dirigentes que estarão nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos é fundamental para nós”, apontou.
Uma ideia reforçada pelo arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, para quem o centro mostra que “as pessoas também têm necessidade de transcendência”.
Ao mesmo tempo “é uma oportunidade das várias nações e povos estarem juntas dentro dos Jogos Olímpicos, mostrando que é possível conviver na fraternidade”.
“Cada um de nós, que procura viver em coerência com o credo que professa, tem a responsabilidade de semear o amor, para que todos possamos colher o fruto da paz”, frisou o cardeal brasileiro.
Fonte: Agência Ecclesia