A Misericórdia veio morar entre nós!

    Concluímos a novena de natal em nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro para nos prepararmos para o Natal “da Misericórdia”. A orientação foi que tivéssemos uma grande capilaridade para que pudéssemos formar novos círculos bíblicos ou grupos de reflexão. Após as novenas, nestes dias as paróquias reúnem todos para um momento de reflexão e avalição.
    A novena quis nos ajudar a viver e celebrar um verdadeiro Natal. Esta bonita celebração tem o sentido verdadeiro em Jesus Cristo. Natal feliz é Natal com Cristo! O sentido do Natal é celebrar a encarnação de Jesus Cristo, ou seja, Deus se fez homem e habitou entre nós. Ao assumir a nossa natureza em tudo, menos no pecado, comunica-nos a sua condição divina, “Unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os séculos (tempos), Luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. Por nós homens e para a nossa salvação desceu do céu e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez Homem”. Assim professamos a nossa fé cristã, no Credo.
    Sabemos e cremos que Cristo se encarnou. Sua presença viva atua nos batizados cristãos, embora admitamos que não sejam evangelizados, nem suficientemente acompanhados na fé e menos ainda orientados sobre a prática das obras que demonstram a fé, dom sobrenatural.
    Jesus Cristo, o eterno Verbo do Pai, nasce para nós. Ele, que desde o princípio está com o Pai, pelo qual tudo foi criado e nada foi criado sem Ele, no qual tudo subsiste e toma consistência. Ele se encarna no mundo, que por Ele mesmo foi criado, para dar sentido à vida, ao tempo. Sua eternidade dá sentido ao tempo.  A cada ano o Natal revigora a nossa fé. A fé revigora os nossos laços espirituais entre os familiares, entre vizinhos, entre amigos, entre todos os povos da Terra. Porque, naquele que nasceu por nós, sua Luz de vida e Verdade nos foi dada. Hoje, doado a nós pelo Pai, o Espírito que n’Ele repousa renova a face da terra, em conformidade com a sua Palavra: “Eis que faço novas todas as coisas” (Cf. Ap. 21,5).
    Assim deveria ser celebrado o Natal. Neste período fazemos reformas em nossas casas, compras de roupas novas e fazemos de tudo para nos preparar exteriormente para esta bonita solenidade, mas esta nos convida, antes de tudo, a nos prepararmos interiormente. Jesus quer fazer do nosso coração a sua manjedoura. É aqui e ali no meu e no seu coração que Ele deve nascer e se fazer presença. Assim, preparemo-nos espiritualmente para celebrar este grande momento da vida da Igreja, da comunidade, da família e das nossas vidas.
    Uma das formas de se preparar espiritualmente é fazendo a novena de Natal. A novena recordou os dias próximos que a Virgem Santíssima estava prestes a dar à luz ao Menino-Deus.
    Na novena de nossa arquidiocese, depois de contemplarmos que “o povo clama por misericórdia, refletirmos sobre a misericórdia acolhida e transmitida e a todo custo, pudemos refletir sobre a misericórdia rejeitada e sem lugar, bem próprio destes dias em que “não havia lugar para Ele na hospedaria”, e diante de tantos ataques contra os cristãos. A Igreja abriu as portas da misericórdia para que pudéssemos acolher e anunciar a misericórdia nestes tempos tão complexos para contemplarmos a “misericórdia que repousa na manjedoura”: contemplemos um grande acontecimento esperado por toda humanidade, acontecimento este que continua a iluminar o mundo até os dias de hoje. Contemplemos o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a misericórdia que quer morar em nosso coração. Rezemos por todas as crianças do mundo inteiro para que vivam a pureza e cresçam em estatura e graça.
    Neste Natal da misericórdia, quando queremos acolher Aquele que veio nos salvar, nós celebramos a misericórdia que acolhe, reúne e integra, como foi rezado no último dia da novena de natal arquidiocesana: queremos acolher a misericórdia em nossas vidas. A misericórdia nos agrega e nos faz viver em comunhão. A palavra comunhão vem de comum-união, ou seja, a unidade. Rezemos por toda a Igreja para que vivamos tendo como exemplo os primeiros cristãos, que tinham tudo em comum e viviam muito bem a dimensão da fé e da partilha.
    Assim sendo, faço o convite para que vivamos como cristãos o Natal do Senhor, o Natal da misericórdia e da compaixão, particularmente com todos aqueles que sofrem e estão nas periferias existenciais e precisam de nosso abraço compassivo.
    Um Santo Natal do ano do Jubileu para todos nós!

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here