5º Domingo da Quaresma

    Lázaro, vem para fora” (Jo 11,43)

    Celebramos, neste domingo, o quinto desse tempo quaresmal. Estamos chegando ao fim desse tempo de graça e tempo favorável que estivemos em retiro junto com Jesus. Um tempo voltado para o jejum, oração e caridade e de forte apelo penitencial. Se você ainda não se confessou, de maneira auricular, procure se reconciliar com Deus até a Páscoa, para celebrar de maneira plena e renovada essa grande solenidade.

    Que ao longo dessa semana possamos intensificar mais os nossos momentos de oração, nos preparando para na próxima semana adentrarmos na Semana Maior do calendário cristão, que é a Semana Santa. Reunimo-nos como comunidade no dia dedicado ao Senhor para ouvirmos a Palavra de Deus e partilharmos a Eucaristia e ter no coração a certeza de que como Cristo ressuscitou, nós também ressuscitaremos.

    No Evangelho deste domingo, Jesus ressuscita Lázaro, amigo próximo de Jesus e irmão de Marta e Maria. Jesus devolve a vida a Lázaro e antecipamos aquilo que vamos vivenciar ao final de nossa vida. O nosso corpo é matéria, após a nossa morte, ele irá perecer, mas o nosso espírito é eterno e ressuscitaremos para a vida eterna como o corpo glorioso dotado do Espírito Santo. Como diz São Paulo na segunda leitura de hoje, cuidemos de nosso corpo, templo do Espírito Santo. Temos que viver a nossa vida segundo o Espírito e não segundo a carne.

    Quando fomos batizados, recebemos o Espírito Santo e, durante a nossa vida, somos convidados a viver a santidade para que possamos ser merecedores da vida eterna. Professamos no creio: “Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.” Essa é a nossa fé e, do mesmo modo que Cristo ressuscitou, nós também ressuscitaremos. A Páscoa significa ressurreição, passagem da morte para a vida, quando morrermos não será o fim, mas o começo da vida eterna.

    A primeira leitura da missa desse domingo é do livro da profecia de Ezequiel (Ez 37, 12-14). Esse trecho da profecia de Ezequiel fala que o Senhor dará vida nova aos habitantes de Israel, colocará neles o seu Espírito e eles saberão que Ele é Deus. Essa vida nova pode ser também a vida longe das amarras do pecado, longe das trevas e próxima da luz. A Páscoa também nos proporciona essa vida nova, pois deixaremos os sepulcros escuros e habitaremos na luz da vida eterna.

    O salmo responsorial 129(130), que diz em seu refrão: “No Senhor, se encontra toda a graça e copiosa redenção”. O Senhor não nos pune em proporção as nossas faltas, ou seja, está sempre propenso a perdoar os nossos pecados. O Senhor é misericórdia e perdão, Ele não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. Eis o tempo favorável, eis o dia da salvação.

    A segunda leitura é da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8,8-11). Paulo alerta a comunidade que devemos viver a nossa vida segundo o Espírito e não segundo a carne. A carne nos leva a pecar e cometer coisas que desagradam a Deus. Se pautarmos a nossa vida segundo o Espírito, manteremos o nosso corpo íntegro até a vida eterna. Temos que cuidar do nosso corpo, ele é templo de Deus e morada do Espírito Santo.

    O Evangelho deste domingo é de João (Jo 11,1-45 +longa) e fala sobre a ressurreição de Lázaro. Lázaro era muito amigo de Jesus e irmão de Marta e Maria. Betânia era como se fosse o “refúgio” de Jesus e Ele ia até lá para conversar e ficar um pouco com os irmãos. Do mesmo modo como nós temos os nossos amigos que gostamos de passar um tempo com eles, Jesus tinha Marta, Maria e Lázaro.

    Lázaro estava doente há alguns dias, as irmãs mandaram chamar Jesus para que fosse vê-lo e o curasse. Mas Betânia era longe e Jesus ficou ainda dois dias no local onde se encontrava. Jesus foi para Judéia e de lá partiria para Betânia. Quando chegou em Betânia, Lázaro havia morrido há quatro dias e muitos judeus estavam consolando Marta e Maria.

    Quando Marta soube que Jesus chegou foi ao seu encontro, Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus que se ele tivesse chegado antes, seu irmão não teria morrido, mesmo assim ela confia em Jesus, mantém a fé e diz que sabe que o que Jesus pedir a Deus, Ele concederá. Jesus diz para Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida e quem crê em mim, mesmo que morra viverá”. Jesus ainda complementa: Crês isto? E Marta responde com certeza que Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo que devia vir ao mundo. Depois de dizer isso ela foi chamar a sua irmã que estava dentro de casa.

    Ao nos aproximarmos da celebração da Páscoa do Senhor, que significa a passagem da morte para a vida, a nossa fé católica nos diz que estamos aqui de passagem e que ao morrermos viveremos eternamente ao lado de Deus. O Evangelho do quinto domingo da Quaresma nos traz a certeza da ressurreição e do cumprimento das promessas de Jesus.

    Jesus pediu para que elas o levassem onde haviam sepultado Lázaro. Jesus, como bem sabemos, era humano e divino, por isso, se sente comovido com a morte do amigo e chorou. Os judeus que estavam em volta do local disseram: “vede como ele o amava”. E outros com o intuito de provocar diziam: “Este, que abriu os olhos aos cegos, também não podia ter feito com que Lázaro não morresse”? E Jesus novamente ficou profundamente comovido e chegou ao túmulo, era uma caverna fechada com uma pedra.

    Jesus disse: “Tirai a pedra”, e Marta, a irmã do morto interveio: “Senhor, já cheira mal” e Jesus disse: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” Tiraram então a pedra. Jesus eleva a Deus uma forte oração e ao final diz: “Lázaro, vem para fora”. O morto saiu atado de mãos e pés, com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então, Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar”. Com isso, muitos judeus que haviam ido à casa de Marta e Maria e viram o ocorrido, passaram a crer em Jesus.

    Na cena deste Evangelho, constatamos que Deus é o Deus da vida e não da morte. A morte é natural para todo ser humano e não tem como evitar que isso aconteça, mas vemos nesse evangelho que Deus tem o domínio sobre a morte e a vida sempre tem a palavra final. Tenhamos fé em nosso coração e acreditemos no Deus da vida. Que a Virgem Maria nos ajude para termos tranquilidade diante da morte.

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