5ª Catequese Quaresmal – Desprendimento e escuta na vida sinodal

    Durante essa quinta catequese quaresmal falaremos um pouco sobre o atual momento da Igreja e como todos os fiéis devem se portar nesse momento. A Quaresma é um período em que somos chamados a uma conversão e mudança de vida, por meio da penitência e das três práticas quaresmais desse tempo: Oração, jejum e caridade.

    O primeiro passo para a nossa conversão e mudança de vida é nos desprendermos das coisas e dos bens materiais. Dessa vida não levaremos nada, os bens materiais passam, mas o que deve permanecer – e isso levaremos para a vida eterna – é o amor a Deus e ao próximo.

    Temos que ver em primeiro lugar as quais são as nossas prioridades, temos que ter um horário para tudo, ou seja, hora para levantar, trabalhar, dedicar a família, rezar e dormir. O problema é que muitas vezes nos dedicamos muito ao trabalho e acabamos não tendo tempo para as demais coisas. Ao longo da nossa vida temos que ser equilibrados e ter tempo para tudo.

    Dentre todas essas coisas que enumeramos acima, Deus deve estar de tudo em primeiro lugar, pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas conforme nos diz o primeiro mandamento da Lei de Deus, depois a partir do amor a Deus estender esse amor ao próximo. Um dos pilares da Quaresma é a oração, por isso mesmo devemos colocar Deus em primeiro lugar. Pois, se temos emprego, família, saúde e outras coisas boas é porque Deus nos concedeu.

    Podemos começar a nossa mudança nessa Quaresma tendo uma vida de oração frequente. Sempre, ao se levantar, meditar sobre o Evangelho proposto para aquele dia e agradecer a Deus por ter a oportunidade de iniciar mais um dia, e à noite antes de dormir agradecer a Deus por mais um dia de vida. E ainda, se não tem o costume de participar ao menos das missas Dominicais comece a participar.

    Coloquemos Deus em primeiro lugar na nossa vida, ao levantar a primeira coisa que devemos fazer é agradecer a Deus por mais um dia de vida, depois vêm os afazeres do dia. A Missa Dominical é, também, um dever de todo católico participar, quem sabe ir à missa logo cedo e as outras coisas ficam para depois, ou escolher um horário no Domingo para participar da Missa. Sempre temos que pensar que Deus vem primeiro lugar e as outras coisas virão por acréscimo. Por isso, façamos o esforço de nos desprendermos dos bens materiais e trilhar uma vida de oração.

    Ao longo desse ano de 2024 o Papa Francisco promulgou em toda a Igreja o Ano da Oração em preparação ao Jubileu da esperança que será celebrado no próximo ano. A Igreja celebra o jubileu a cada vinte e cinco anos, além de no ano que vem comemorarmos os sessenta anos de encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II. Por isso, somos convidados a rezar não só por esse momento jubilar que a Igreja vive e nem somente ao longo desse tempo quaresmal, mas ao longo do ano inteiro. Quem sabe agora na Quaresma possa ser o “ponta-pé” inicial de trilharmos uma vida de oração. Podemos colocar algumas intenções em nossas orações, rezando pelo Papa, bispos, padres e diáconos, ou pela Igreja em geral, rezar sobretudo pela paz mundial, pedindo que o amor de Deus prevaleça.

    É sempre possível e prudente rezar pela paz, seja mundial ou na nossa família, na nossa cidade, no bairro e comunidade. É muito importante também a paz interior, sem a paz interior não conseguiremos transmiti-la aos outros e tudo aquilo que fizermos não será bem-sucedido. Sem contar que a nossa oração também não será eficaz. Temos que ser felizes e realizados em toda escolha que fizermos, com certeza a oração nos dará essa resposta, se fizemos a escolha certa ou não.

             A Igreja vive tempos de Sínodo, aconteceu em Roma, em outubro passado, a primeira etapa do Sínodo dos Bispos, que nessa primeira fase teve a participação de todos os fiéis, ouvindo os apelos do povo de Deus. Aqui em nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro também estamos em tempo do II Sínodo Arquidiocesano, que teve a sua abertura em junho do ano passado e deve ir até junho de 2025 com o tema das Missões.

             A palavra “Sínodo” significa caminhar juntos, ou seja, o Sínodo não é somente do Arcebispo ou dos padres e religiosos, mas de todo o povo de Deus. Tanto que do mesmo modo que o Sínodo que ocorreu em Roma, em nossa Arquidiocese na primeira etapa do Sínodo tem a participação ativa de todo o povo de Deus, escutando as sugestões para que os padres, bispos, religiosos e religiosas possam bem servir ao povo de Deus.

    O Sínodo é antes de tudo olhar para o futuro, tudo que for discutido ao longo do Sínodo, será colhido, e a partir do que foi colhido será elaborado um documento com as novas diretrizes para a evangelização e missão. O sínodo tem o intuito de aperfeiçoar e facilitar a evangelização o acesso a vida de fé para todos os fiéis. O sínodo nunca tem de maneira alguma a missão de dificultar ou complicar, mas pelo contrário, é uma oportunidade de revisarmos como está a transmissão do Evangelho de Jesus Cristo por parte da Igreja.

    Estejamos abertos a tudo aquilo que o Sínodo sugerir e que possamos nos engajar nos encontros e assembleias sinodais. Sejamos junto com a Igreja sal na terra e luz no mundo e que não deixemos ninguém sem receber o anúncio do evangelho. Que a partir da Quaresma que estamos vivenciando possamos mudar a nossa atitude em relação a Deus e ao próximo

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here