5° Domingo da Quaresma “Criai em mim um coração que seja puro” (Sl 50,51)

    Celebramos neste Domingo o quinto do tempo quaresmal, e, na próxima semana celebraremos o Domingo de Ramos iniciando a Semana Santa, a mais importante para nós católicos, pois só existe uma Semana Santa ao longo do ano. Estamos nos aproximando do final de tempo quaresmal, mas, ainda há tempo de nos prepararmos para a Páscoa do Senhor por meio da confissão sacramental auricular.

    Ao longo dessa semana poderemos intensificar a nossa vida de oração e meditar no amor de Deus a ponto de entregar o seu Filho para morrer por nós na Cruz. Quem sabe meditar a Via Sacra ao longo dessa semana e contemplar o caminho de Jesus até o calvário. Como já sabemos, a Quaresma significa a passagem da escravidão para a liberdade, ou da morte para a vida, que ao chegar à Páscoa iniciemos uma vida nova e não sejamos mais escravos do pecado e vivamos a nossa liberdade em Deus.

    A exemplo do que acompanhamos na liturgia deste Domingo, que possamos contemplar Jesus com o olhar da fé, e entender que era necessário que Ele morresse na Cruz para nos salvar. A partir da Cruz de Jesus fincada na terra brotaria muitos frutos, de vida e salvação, e de tantos homens e mulheres que anunciariam a Vida Nova que surgiu a partir da entrega de Jesus na Cruz. Com a sua morte na Cruz muitos seriam atraídos a Ele e anunciariam a Salvação que vem D’Ele.

    O tempo quaresmal é um período que passa rápido e é marcado pela penitência, além das três práticas espirituais que são: oração, jejum e a caridade (esmola). Através daquilo que o tempo da Quaresma nos propõe devemos caminhar alegres até a Cruz do Senhor, pois da Cruz nos veio a nossa salvação. O tempo da Quaresma em si, não é para ser um tempo triste ou de luto, mas pelo contrário, é um tempo em que devemos nos alegrar por conta da entrega de Jesus por nós.

    A primeira leitura da missa deste Domingo é do livro do profeta Jeremias (Jr 31,31-34): Deus fala por meio do profeta Jeremias que virão dias em que concluirá com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança. Podemos entender que essa nova e eterna aliança se dará a partir da morte de Jesus na cruz. Todo o povo passará a pertencer ao Senhor definitivamente, e a partir da entrega de Jesus na cruz todos os nossos pecados são perdoados. Deus, ao se revelar ao povo de Israel institui a lei, para que todo o povo tivesse uma direção, com a morte de Jesus na Cruz e posterior ressurreição, é instaurada a nova Lei, que consiste em amar a Deus e ao próximo.

    O salmo responsorial é o 50(51), que diz em seu refrão: “criai em mim um coração que seja puro”, é o que Deus espera de nós nessa Páscoa, que o nosso coração seja transformado e purificado. É isso que acontece quando nos aproximamos do sacramento da reconciliação, saímos com o nosso coração purificado. Por isso, quem ainda não se confessou procure o sacramento da reconciliação antes da Páscoa. A celebração da Páscoa apaga os nossos pecados, mas é necessário também estar com a confissão em dia.

    A segunda leitura desse Domingo é da carta aos Hebreus (Hb 5,7-9): o autor da carta aos Hebreus diz que ao longo de sua vida Jesus dirigiu preces e súplicas a Deus e foi atendido, justamente por causa de sua entrega total a Deus. Jesus, desde quando foi concebido, e ao longo de sua vida pública, aprendeu o que significa a obediência a Deus. Ele foi obediente a Deus até mesmo porque sabia que através de sua entrega na Cruz toda a humanidade seria salva e Deus selaria uma nova e eterna aliança com a humanidade.

    O Evangelho desse Domingo é de João (Jo 12,20-33): nesse trecho do Evangelho alguns gregos aproximaram-se de Filipe que era de Betsaida da Galileia e disseram que gostariam de ver Jesus. Os gregos não eram bem-vistos pelos judeus, não eram considerados uma raça pura, pois vieram após o exilio da Babilônia. Inclusive os judeus acreditavam que somente eles seriam salvos, pois eram o povo escolhido, e ainda consideravam os judeus sem fé.

    Porém nesse Evangelho, os Gregos que eram considerados sem fé pelos judeus querem ver e se aproximar de Jesus. Filipe combinou com André e os dois foram falar com Jesus. E Jesus diz: “Chegou a hora em que o filho do homem vai ser glorificado”. Ele profere uma longa oração ao Pai, a conhecida “oração da unidade”, ou seja, o desejo de Jesus que todos os povos fossem um só e não houvesse mais divisão entre os povos da terra. A salvação é para todo aquele que tem fé e acredita de coração aberto.

    Jesus profere essa oração nesse momento tanto para os judeus como para os gregos. Primeiramente para que os gregos se sentissem parte de todo o povo, e em segundo lugar para que os judeus mudassem a mentalidade.

    Infelizmente nos dias de hoje ainda vemos muita divisão e brigas, seja por religião, por cultura e por busca de poder. Com certeza, poderíamos repetir muitas vezes essa oração pedindo a união de todos os povos. Deus é um só que intercede por todos nós e quer o nosso bem. Devemos viver aqui na terra a religião do amor pregada por Jesus, com certeza o mundo seria diferente.

    Estamos caminhando para o final do período quaresmal, esse tempo propício nos indica conversão e mudança de vida, por isso, não excluamos e nem condenemos ninguém, pratiquemos a religião do amor instaurada por Jesus. Peçamos a Deus que aumente a nossa fé e a nossa capacidade de amar e servir. Inspirados ainda pela Campanha da Fraternidade que iremos concluir no próximo domingo com a coleta da solidariedade mas que nos impulsiona para que a amizade social nos leve a acolher todos como irmãos e irmãs.

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