Arcebispo de Évora destaca “coragem” do Papa na questão do abuso de menores

Entrevista à Vatican News de D. Francisco Senra Coelho no contexto do encontro no Vaticano, de 21 a 24 de fevereiro de 2019, dedicado ao tema da “proteção dos menores”.

Domingos Pinto – Lisboa

“Admiração pelo ato de verdade, pela atitude de arrojo, de coragem, do Papa Francisco”.

É desta forma que o Arcebispo de Évora sublinha ao portal da Santa Sé a iniciativa do Papa Francisco que reuniu no Vaticano os presidentes das conferências episcopais para um encontro dedicado ao tema da “proteção dos menores”.

“Verifico que a igreja está a dar um contributo à Humanidade, à sociedade, para erradicar esta problemática”, sublinha o prelado que alerta para o fato desta realidade surgir “muitas vezes de um modo critico, escondido e, digamos, camuflado, no interior das famílias, no interior das instituições, em toda a sociedade”.

D. Francisco Senra Coelho lembra que “este problema não se confina à igreja”, e reafirma que “a igreja está a responder com todos os meios possíveis para limpar, para purificar a instituição, as suas realidades, desta terrível mancha de morte, esta mancha de indignidade, esta mancha que nos envergonha”.

“Estou unido em intenção e em comunhão de renovação com o Papa Francisco”, reafirma o Arcebispo de Évora que considera essencial este esforço “para que não haja bolor em nenhuma das prateleiras da igreja”.

“A situação portuguesa está clarificada”, diz ainda D. Francisco Senra Coelho sobre o impacto desta realidade no país, onde, desde 2001, foram denunciados “cerca de uma dezena” de casos, uma informação avançada no último conselho permanente da CEP.

Segundo o padre Manuel Barbosa, porta-voz daquele organismo, “os casos tratados nos tribunais eclesiásticos onde chegam as denúncias são pouquíssimos e, desses, mais de metade a investigação prévia parou por falta de fundamento”.

Neste contexto, o Arcebispo de Évora pede “uma atitude de vigilância, e de oferecer todos os meios para que se detete, se saiba, não termos medo da informação, estarmos ao dispor em absoluto, com abertura total”.

“Nós somos os primeiros interessados nesta questão e, como tal, não queremos de maneira nenhuma prestar um serviço de escondimento, de camuflar”, diz o Arcebispo de Évora, que entende que “isso seria para nós, igreja portuguesa, uma situação de morte”.

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