Cidade do Vaticano
“No Mediterrâneo, que os romanos chamavam ‘mare nostrum’, ou seja, ‘nosso mar’ que unia a Europa à África e ao Oriente, se repete o massacre dos inocentes. Infelizmente – disse Dom Cesare Nosiglia na sua homilia em Turim – a imigração para o nosso país, que é cada vez mais intensa, causou em muitas pessoas, mesmo nas que crêem, dificuldades em aceitar a acolhida serena e positiva que deveria caracterizar um povo, como o nosso, formado por emigrantes que foram para todas as partes do mundo”.
Apelar à responsabilidade os outros Governos europeus não é um álibi para a indiferença
O arcebispo indicou também como “justo e obrigatório” apelar “à responsabilidade os outros Governos europeus para enfrentar em conjunto o problema da atual da imigração, em forte crescimento”. Mas tem consciência de que isso “não pode ser um álibi para a indiferença, recusando e abandonando ao seu próprio destino todas as pessoas que chegam através do Mediterrâneo. Essas pessoas passaram longas e dolorosas experiências de guerra ou de pobreza extrema, muitas delas são menores e mulheres indefesas, que foram submetidas a violências de todo o tipo”.
A integração dos migrantes pode aumentar o bem comum de toda a sociedade
“A acolhida dos sem-teto, dos que perderam casa e trabalho e dos imigrantes e refugiados não é suficiente para dar-lhes uma vida serena e digna. É preciso continuar a ajudá-los com a integração, a formação, um emprego, compartilhando os próprios valores culturais, religiosos e sociais” sublinhou Dom Nosiglia, indicando os “passos necessários para garantir a cada um a autonomia que permite não apenas garantir um futuro para a própria vida, mas uma contribuição para o crescimento do bem comum de toda a sociedade”. “De tal modo, muitos irmãos e irmãs pobres ou imigrantes podem representar um recurso para a sociedade civil”, acrescentou o prelado.
Povo de Deus e comunidade civil são apáticos à acolhida dos migrantes
“Enquanto muitos voluntários, leigos e religiosos estão engajados com os problemas da pobreza e das necessidades dos italianos e dos estrangeiros, o Povo de Deus e a comunidade civil mostram-se com frequência apáticos, indiferentes, preconceituosos e hostis”. Portanto convido todos a “atuar não só em favor dos nossos irmãos e irmãs em dificuldade, mas também no campo educacional e formativo, cultural e social, além do religioso”. Com um objetivo: “Sustentar as razões da acolhida na mentalidade, no estilo e nas escolhas de vida de cada membro da comunidade”.
Para a acolhida, aliança com as Igrejas cristãs e fiéis do Islã
O arcebispo de Turim convida também as Igrejas cristãs e os fiéis do Islã a fazerem um “pacto de aliança par alcançar objetivos comuns”. Para deste modo encaminhar “uma política e uma ação conjunta, tanto no plano religioso como cultural e social, capaz de enfrentar este problema com justiça e solidariedade”.
Fonte: Rádio Vaticano