32º Domingo do Tempo Comum

    A minh’alma tem sede de vós e vos deseja, ó Senhor” (Sl 62/63)

     Irmãos e Irmãs, celebramos neste Domingo o trigésimo segundo deste Tempo Comum, dentro de duas semanas encerraremos o tempo comum e consequentemente o ano litúrgico. Os dias têm passado muito rápido, o tempo é curto, fazemos muitas coisas ao longo do dia e dentre essas tantas coisas que fazemos não podemos nos esquecer de Deus. Temos que reservar um tempo ao longo do dia para as nossas orações pessoais e, sobretudo, aos Domingos reservar um horário para participar, de modo completo e piedoso, da celebração da Santa Missa, a nossa Páscoa semanal.

    A Palavra de Deus e a Eucaristia nos sustentam e nos dão forças ao longo da semana de trabalho e de estudo. A Igreja nos propõe o ano litúrgico ao longo do ano para acompanharmos os passos de Jesus desde o início de sua vida pública até a morte e ressurreição. Além disso, acompanhamos o projeto salvífico de Deus para toda a humanidade e para cada um de nós.

    Meus irmãos, nos últimos Domingos do Tempo Comum a liturgia tem um caráter apocalíptico, ou seja, nos alertando sobre o fim do tempo. Nada que deve nos preocupar nesse exato momento, mas sim, a liturgia nesses domingos nos ensina a estarmos preparados para o dia do nosso encontro com o Senhor Ressuscitado. Jesus fala no Evangelho sobre o Reino dos Céus, que deve ser a meta de todos nós, vivenciar o reino de Deus aqui na terra para contemplá-lo de maneira plena no céu.

    Aguardemos ansiosamente a segunda vinda do Senhor, conforme dizemos na liturgia, na parte do rito da comunhão: “enquanto vivendo a esperança, aguardemos a vinda do Cristo Salvador”. Estamos prestes de celebrar o Natal do Senhor, recordamos o nascimento de Jesus há mais de dois mil anos e aguardamos a sua segunda vinda e o seu novo nascimento no presépio de nosso coração.

    A primeira leitura da missa desse Domingo é do livro da Sabedoria (Sb 6,12-16), esse trecho da leitura fala justamente sobre a Sabedoria e como podemos encontrá-la. A verdadeira sabedoria vem de Deus e é o próprio Deus, devemos ir em busca dessa sabedoria que vem de Deus e não de outras que existem por aí. A resposta para as nossas dúvidas devemos buscar em Deus na Palavra de Deus.  A Sabedoria que vem da Palavra de Deus nos dá respostas para as nossas dúvidas e nos ajuda a tomar a melhor decisão. Se buscarmos respostas em outras fontes não acharemos o caminho certo. Busquemos sempre a sabedoria de Deus.

    O salmo responsorial é o 62 (63), que traz o seguinte refrão: “A minh’alma tem sede de vós e vos deseja, ó Senhor”, devemos desejar sempre estar perto de Deus e buscá-lo constantemente. A primeira coisa que devemos fazer ao acordar é agradecer a Deus por mais um dia de vida, e antes de deitar à noite rezar a Deus agradecendo aquele dia e pedindo a Deus uma noite tranquila. Sobretudo devemos rezar em família, pois família que reza unida permanece unida.

    A segunda leitura desse Domingo é da carta de São Paulo aos Tessalonicenses (1Ts 4,13-18) Paulo faz um alerta à comunidade de Tessalônica e para cada um de nós, hoje sobre o dia da “Parusia”, ou seja, o dia do retorno de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme rezamos em todas as missas aguardando a sua segunda vinda. No dia da ressurreição final aqueles que morreram aparecerão com seus corpos gloriosos junto com Cristo e em seguida aqueles que aqui ficaram serão arrebatados e serão julgados de acordo com a sua conduta aqui na terra. Aqueles que praticaram o bem irão para a glória eterna e aqueles que praticaram a injustiça ficarão de fora do paraíso. Aqueles que na vida terrena praticaram o bem estarão sempre com o Senhor. Por isso, devemos exortar uns aos outros a praticar sempre o bem.

    São Paulo usa ainda essas palavras à comunidade de Tessalônica, pois, tanto ele como os membros da comunidade acreditavam que a segunda vinda de Cristo se daria de forma eminente, ou seja, seria logo, mas, não sabemos quando será o dia e a hora, temos que estar preparados.

    O Evangelho desse Domingo é de Mateus (Mt 25, 1-13), conforme já dissemos acima, a liturgia nesses últimos domingos do tempo comum tem um caráter apocalíptico, escatológico, e retrata sobre o que irá acontecer no fim dos tempos, ou seja, na segunda vinda de Cristo Nosso Senhor.

    Há alguns domingos Jesus vem falando sobre o Reino dos Céus e que cada um de nós deve fazer o esforço para buscá-lo. Somos convidados a viver a realidade do “já” e “ainda não”, ou seja, edificar o Reino de Deus aqui na terra para contemplá-lo de maneira plena no céu. O Reino de Deus é paz, amor, justiça, bondade e misericórdia, se buscarmos viver tudo isso na terra, viveremos essa justiça eterna no céu.

    Jesus, nesse Evangelho, conta a parábola das virgens previdentes e das imprevidentes, cada um de nós tem que ser como as virgens previdentes, ou seja, estar preparados para o encontro com o Senhor. Estejamos com óleos suficientes em nossas lâmpadas para podermos estar de pé diante do Senhor.

    Temos que ir acumulando óleo ao longo da nossa vida, ou seja, se formos justos, misericordiosos, se perdoarmos ou amarmos o nosso próximo teremos óleo suficiente para irmos ao encontro do Senhor. Agora, se não praticamos a justiça, a caridade, o amor ao próximo e não somos misericordiosos com quem nos ofende, não teremos óleo suficiente para irmos ao encontro com o Senhor.

    Jesus nos faz o alerta orai e vigiai, procuremos praticar sempre o bem ao longo da nossa vida para que possamos ser merecedores da vida eterna. Celebremos com alegria e esperança esse trigésimo segundo Domingo do Tempo Comum, e tenhamos sempre as nossas lâmpadas acesas para irmos ao encontro do Senhor.

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