31 de outubro – Dia Nacional da Poesia

    “Eu te amo porque te amo.

    Não precisas ser amante,

    e nem sempre sabes sê-lo.

    Eu te amo porque te amo.

    Amor é estado de graça

    e com amor não se paga”.

    Carlos Drummond de Andrade (31 de outubro de 1902 – 17 de agosto de 1987) é um dos maiores autores da literatura brasileira, sendo considerado o maior poeta nacional do século XX.

    A Arte da Poesia

    A poesia é uma das sete artes tradicionais, (as outras são: arquitetura, escultura, pintura, música, dança e cinema) pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos ou críticos, ou seja, ela retrata algo em que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. Poesia, segundo o modo comum de falar, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice. O sentido da mensagem poética também pode ser, ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético. A poesia compreende aspectos metafísicos e a possibilidade desses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta.

    Num contexto mais alargado, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, uma forma de linguagem (ainda que, não necessariamente, verbal). É a arte de poetizar que nos permite exprimir aquilo que está dentro de nós. Também pode ser encarado, como o modo de uma pessoa se expressar usando recursos linguísticos e estéticos.

    Władysław Tatarkiewicz

    A poesia aparece entre os primeiros registros da maioria das culturas letradas, com fragmentos poéticos encontrados em antigos monólitos, pedras rúnicas e estelas. O poema épico mais antigo sobrevivente é a Epopeia de Gilgamexe, originado no terceiro milênio a.C. na Suméria (na Mesopotâmia, atual Iraque), que foi escrito em escrita cuneiforme em tabletes de argila e, posteriormente, papiro. Outras antigas poesias épicas incluem os épicos gregos Ilíada e Odisseia, os livros iranianos antigos Avestá, Gatas e Iasna, o épico nacional romano Eneida, de Virgílio, e os épicos indianos Ramaiana e Maabárata.

    Algumas sociedades antigas, como a chinesa através do Shi Jing (Clássico da Poesia), um dos Cinco Clássicos do confucionismo, desenvolveu cânones de obras poéticas que tinham ritual bem como importância estética. O contexto pode ser essencial para a poética e para o desenvolvimento do gênero e da forma poética. Poesias que registram os eventos históricos em termos épicos, como Gilgamexe ou o Épica dos Reis, de Ferdusi, serão necessariamente longas e narrativas, enquanto a poesia usada para propósitos litúrgicos (hinos, salmos, suras e hádices) é suscetível de ter um tom de inspiração, enquanto que elegia e tragédia são destinadas a invocar respostas emocionais profundas.

    Wisława Szymborska (1923-2012), foi uma escritora polaca galardoada com o Prémio Nobel na área de literatura (1996). Poetisa, crítica literária e tradutora, tendo sido a poetisa definida, como “o Mozart da poesia”.

    Władysław Tatarkiewicz, em um trabalho acadêmico sobre “O Conceito de Poesia”, traça a evolução do que são na verdade dois conceitos de poesia. Tatarkiewicz assinala que o termo é aplicado a duas coisas distintas que, como o poeta Paul Valéry observou, “em um certo ponto encontram união. […] A poesia é uma arte baseada na linguagem. Mas a poesia também tem um significado mais geral […] que é difícil de definir, porque é menos determinado: a poesia expressa um certo estado da mente”.

    Conclusão

    A matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática.

    O poeta é portador de enigmas, mistérios e de musa inspiradora. Via o inconsciente doutrinado, os sonhos são fontes abissais de seu trabalho. Sua alma na dimensão do amor, na liberdade da paixão e na esfera de novos horizontes, torna-se receptiva ao paraíso poético.

    Do poeta procede as mais belas e sábias respostas para questões cruciais da existência humana. A vida é bela com poesia.

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