2º Domingo da Quaresma

    Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos” (Sl 115, 116b)

     Celebramos neste Domingo, o segundo do tempo quaresmal. Continuamos nosso retiro de quarenta dias e somos convidados ainda a vivenciarmos as três práticas espirituais desse tempo que são: Oração, Jejum e caridade. O tempo da Quaresma é marcado pela penitência, se ainda não escolhemos uma prática penitencial para fazer ao longo da Quaresma ainda há tempo. A penitência visa a nossa mudança de vida e a conversão, por meio dela poderemos nos tornar pessoas melhores. Por meio da prática penitencial, podemos nos aproximar mais de Deus e afastar aquilo que nos impede de aproximar D’Ele.

    Ainda é tempo de realizar a confissão sacramental auricular para a Páscoa quem ainda não o fez, participar do sacramento da reconciliação em sua comunidade paroquial, aproveitando os mutirões de confissão, e ainda rezar, piedosamente, a Via Sacra. Essas práticas penitenciais nos ajudam a mergulhar na espiritualidade desse tempo favorável e santo. O tempo quaresmal é um tempo frutuoso e poderemos conseguir muitas graças se vivermos com profundidade esse tempo. A Páscoa é o centro do calendário e da vida do cristão, por isso, temos que nos preparar bem para essa grande solenidade.

    Ao longo desse tempo quaresmal somos convidados ainda a vencer as tentações do mesmo modo que Jesus as venceu. Na semana passada o Evangelho – como ocorre em todo primeiro domingo da Quaresma – narrou a passagem em que após o batismo, Jesus, movido pelo Espírito Santo, é conduzido ao deserto para sofrer as tentações e depois assumir a vida pública anunciando o Reino de Deus e fazendo o convite para que as pessoas deixem a vida de pecado e abraçassem o amor de Deus. O Evangelho desta semana retrata a transfiguração de Jesus no Monte Tabor, somos convidados a subir ao monte com o Senhor e vê-lo glorioso, mas voltar à nossa realidade, pois primeiro temos que passar pelas dores e alegrias desse mundo para depois contemplá-Lo glorioso no céu, na vida eterna.

    A primeira leitura da missa deste domingo é do livro de Gênesis (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18: esta passagem retrata quando Deus chama Abraão e coloca a prova pedindo que ele sacrificasse o seu próprio filho. Abraão sempre muito temente a Deus não rejeita entregar o seu próprio filho a morte e o leva ao lugar escolhido por Deus para o sacrifício. Mas, Deus por meio do anjo intervém e não permite que Abraão estendesse a mão contra o seu filho, pois observou o quanto Ele amava a Deus. Abraão oferece um carneiro em sacrifício no lugar de seu filho. Por causa disso, Deus promete uma descendência numerosa a Abraão como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Por meio da descendência de Abraão seria abençoada todas as nações da terra. Por meio desta leitura podemos tirar duas conclusões: Não há mais necessidade de oferecer sacrifico de animal, pois Jesus agora é, para nós, o cordeiro o Pascal. Deus poupou o filho de Abraão do sacrifício, mas não poupou o seu próprio filho. A partir da entrega de Jesus na cruz, ressurreição, e posterior envio do Espírito Santo todas as nações da terra seriam abençoadas com o anúncio do Evangelho.

    O salmo responsorial é o 115 (116b), o refrão desse salmo nos diz: “Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos”, esse salmo nos lembra que mesmo passando pelas adversidades da vida não podemos perder a nossa fé em Deus. É como a chama da vela que acende, não podemos deixar que o primeiro vento apague a chama da nossa vela, mas devemos proteger essa chama e mesmo em meio ao vento mantê-la acesa.

    A segunda leitura desta missa é da carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8,31b-34), Paulo vai dizer a comunidade dos romanos, “se Deus é por nós quem será contra nós”? Devemos ter a mesma confiança em Deus que Abraão teve, ter a mesma fé que nos fala o salmo, e com certeza a nossa descendência também será numerosa e conseguiremos como herança a vida eterna.

    O Evangelho deste Domingo é de Marcos (Mc 9,2-10), acompanhamos nesse Domingo o episódio da transfiguração de Jesus no Monte Tabor. Ele toma consigo três discípulos: Pedro, Tiago e João. Jesus se transfigura diante deles, ou seja, muda de aparência e suas roupas ficam brancas como a neve. Nesse instante aparecem Elias e Moisés e conversavam com Jesus. Pedro toma a palavra e diz a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui, vamos fazer três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias” (Mc 9,6). Pedro não tinha muita noção do que dizia, pois todos estavam com muito medo. Nesse instante, desceu uma nuvem do céu e os encobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu filho amado, escutai o que Ele diz” (Mc 9,7). De repente, ao olharem em volta só viram Jesus com eles e mais ninguém. Ao descerem da montanha, Jesus diz aos discípulos que não contassem nada a ninguém até que o filho do homem tenha ressuscitado dos mortos.

    Este evangelho nos transmite a seguinte mensagem: Primeiro ao Jesus encontrar Moisés e Elias, dois grandes profetas do Antigo Testamento, representa a junção entre o Antigo e o Novo Testamento, entre a antiga e a nova aliança. Jesus é aquele que inaugura o Novo Testamento. Em segundo lugar, quando Pedro diz que seria bom estarem ali, e que deveriam fazer as três tendas para eles, é que naquele momento para Pedro estava bom estar na “glória” como o Senhor, mas ainda não era o momento, ou seja, é necessário primeiro passar pelas dores e sofrimentos da vida para depois adentar na glória eterna e contemplar o Senhor face a face.

    Celebremos com muita fé e piedade esse tempo quaresmal, procuremos fazer penitência em vista da nossa conversão pessoal e mudança de vida. Lembremos sempre que é necessário primeiro passar pelos sofrimentos desse mundo para depois entrar na glória do céu. Se Deus é por nós quem será contra nós. Aprofundemos o tema e o lema da Campanha da Fraternidade como consequência de nossa conversão.

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