27º Domingo do Tempo Comum

    “A vinha do Senhor é a casa de Israel” (Sl 79,80)

    Celebramos neste domingo o vigésimo sétimo desse Tempo Comum. Estamos dentro da realização da sessão do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade na igreja, ainda também, dentro do mês missionário e do Rosário e próximos de celebrarmos a padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, na próxima quinta-feira. Nesse mês missionário, somos convidados a ser testemunhas de Jesus e anunciar o Reino de Deus a todas as pessoas. O Senhor nos envia, do mesmo modo que enviou os discípulos, dois a dois. Por outro lado, a missão se faz com o terço na mão e Nossa Senhora é a protagonista da missão — ela sempre vai a nossa frente.

    Ao longo dessa semana, celebramos a Semana Nacional da Vida e hoje, dia 8 de outubro, celebramos o dia do nascituro com o tema da adoção. Que em nossa missão possamos sempre defender a vida e incentivar as pessoas, sobretudo as mulheres a gerarem filhos para Deus e dizer sempre “não” ao aborto. O mundo precisa sempre se renovar e novas vidas devem ser geradas — é claro, sempre com muita responsabilidade.

    Elevemos, ainda nessa semana, uma prece especial a todas as crianças. Que no próximo dia 12 de outubro possamos celebrar o seu dia. Que todas as crianças possam crescer, em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens, e que sejam respeitadas em sua dignidade.

    A liturgia deste domingo fala a respeito do Reino de Deus, de maneira particular no Evangelho. Jesus conta uma parábola dizendo que Deus escolheu se revelar ao povo de Israel e pretendia ali edificar o Reino de Deus, através dos profetas que foram enviados e, por último, o próprio Jesus. Só que as autoridades não quiseram receber o Reino anunciado por Jesus, entregando assim esse Reino a outro povo.

    A primeira leitura da missa é do livro do profeta Isaías (Is 5,1-7). Isaías alertava o povo há cerca de 400 anos antes de Cristo sobre o que iria acontecer no futuro — devido à má conduta do povo e à cabeça dura das autoridades judaicas, o Reino de Deus que o Senhor queria instaurar em Israel, seria entregue a um povo estrangeiro.

    Muitas das coisas que o profeta Isaías profetiza se concretizam na vida de Jesus e do povo de Israel. Ouvimos muito o profeta Isaías ao longo do tempo do Advento, em preparação ao Natal do Senhor e na Quaresma, sobretudo, na Semana Santa, em preparação a Páscoa de Nosso Senhor. A função do profeta era anunciar a verdade e denunciar as injustiças, por isso, Isaías, há cerca de 400 anos antes de Cristo, observava o caminho errado que o povo estava escolhendo e alertava-os sobre o que poderia acontecer se continuassem trilhando aquele caminho.

    Sejamos verdadeiros profetas nos dias de hoje, a exemplo de Isaías, e anunciemos a verdade e denunciemos as injustiças. Que o Reino de Deus possa sempre acontecer aqui em nosso meio.

    O salmo responsorial é o 79(80), que diz em seu refrão: “A vinha do Senhor é a casa de Israel”. A vinha do Senhor somos todos nós. Ele quer fazer o Reino de Deus acontecer em cada um de nós e devemos anunciar esse reino a quem nós encontrarmos. Não podemos deixar ninguém destruir a vinha que somos todos nós. Devemos sempre estar inteiros e íntegros para servir ao Senhor.

    A segunda leitura é da carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 4,6-9). Paulo exorta a comunidade dos Filipenses a não se desesperarem ou a inquietarem diante das adversidades da vida, mas devem, antes de tudo, apresentar as necessidades e aflições ao Senhor na oração e, depois, é claro, agradecer ao Senhor pelas graças alcançadas. Paulo alerta, ainda, a comunidade dos Filipenses — e a cada um de nós hoje — que devemos sempre nos ocupar com aquilo que é bom, verdadeiro e justo e, sobretudo, com aquilo que agrada ao Senhor ocupando-nos daquilo que é bom e que agrada ao Senhor.

    O Evangelho é de Mateus (Mt 21,33-43): Jesus continua falando a respeito do Reino de Deus e complementa aquilo que nós ouvimos na primeira leitura de hoje, segundo o profeta Isaías. Jesus usa de parábola para falar a respeito do Reino de Deus.

    Nessa parábola, Jesus começa dizendo que certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Podemos entender esse proprietário como sendo Deus; Jesus continua contando a parábola e dizendo que esse Senhor arrendou a vinha a vinhateiros e viajou para o estrangeiro. Podemos entender que esses vinhateiros seriam o povo de Israel e as autoridades judaicas ao longo da história da salvação.

    Quando chegou o tempo da colheita, o Senhor mandou seus empregados aos vinhateiros para receber os seus frutos. Esses empregados podemos entender como os profetas que surgiram ao longo da história. Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram um, mataram outro e ao terceiro apedrejaram. Do mesmo modo procederam com os outros enviados.

    Por fim envia o seu filho, que podemos considerar sendo o próprio Jesus. O Senhor havia pensado que iriam respeitar ao menos seu filho, mas, pelo contrário, os empregados combinaram matá-lo e ainda a ficarem com a herança.

    Nessa parábola Jesus resume toda a história da salvação para poder falar sobre o Reino de Deus. Jesus faz um alerta às autoridades judaicas sobre o que os seus antecessores fizeram com todos os profetas que surgiram em Israel e que planejavam fazer com Jesus. Eles mataram e bateram nos profetas, somente pelo fato deles dizerem a verdade. Jesus usa a parábola para alertar as autoridades judaicas sobre o mal que eles fizeram e que estavam por fazer, pois esse ato deles teria consequências.

    Jesus queria dizer que, diante das atitudes das autoridades judaicas, o Reino de Deus não poderia acontecer ali e que, seria entregue a um povo estranho.

    Acolhamos a Palavra de Deus em nosso meio e deixemos com que o Reino de Deus aconteça. Aproveitemos o mês missionário e saiamos em missão, indo de casa em casa anunciando a alegria do Evangelho. O anúncio do reino de Deus é urgente e deve acontecer em nossos dias. Estamos em nossa arquidiocese no tempo das missões populares. Celebremos com alegria esse XXVII Domingo do Tempo Comum e que possamos defender acima de tudo a vida. Amém.

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