2° Domingo da Páscoa

    “A paz esteja convosco” (Jo 20,19)

    Celebramos neste Domingo o segundo domingo da Páscoa, e com essa celebração encerramos o período da oitava da Páscoa, que são oito dias após o domingo de Páscoa e que todos os dias celebramos como se fosse um único dia. A partir de hoje e por mais quarenta dias estaremos no tempo pascal, até o Domingo de Pentecostes.

    Este Domingo é conhecido como da Divina Misericórdia, instituído pelo Papa São João Paulo II em 2000. O Papa instituiu essa festa inspirado em Santa Faustina que teve as visões de Jesus misericordioso. Jesus nos envia em missão aos quatro cantos da terra para anunciarmos o Reino de Deus. Inclusive, da imagem de Jesus misericordioso saem raios de suas mãos irradiando o mundo com seu amor misericordioso.

    Devemos sempre pedir o auxílio da divina misericórdia para nós e nossa família, fomos convidados a experienciar durante a quaresma a misericórdia de Deus, não importando o tamanho dos nossos pecados Deus sempre nos perdoa. Após a celebração da Páscoa fomos regenerados nas águas do batismo e reassumimos o compromisso de ser discípulos e missionários do Senhor, ao reassumir esse compromisso somos convidados a anunciar aos demais irmãos como é bom deixar-se alcançar pela misericórdia de Deus.

    Temos que espalhar ao mundo inteiro as orações que invocam a divina misericórdia, a mais conhecida entre elas é o terço da Divina Misericórdia, rezado normalmente as 15h. Ele foi ensinado durante uma visão que irmã Faustina teve em 13 de setembro de 1935. “Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus, a ponto de atingir a terra. Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À medida que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e não mais podia executar a justa punição”.

    É comum ao longo da semana as paróquias realizarem a novena em preparação à festa da Divina Misericórdia e rezar o terço. É sempre bom recorrermos às fontes da Divina Misericórdia.

    Neste Domingo acompanhamos uma das aparições de Jesus aos discípulos e uma bonita profissão de fé de Tomé que, no primeiro momento que Jesus apareceu, não estava com os demais apóstolos e chegou a duvidar que o Senhor havia ressuscitado. Depois Jesus aparece novamente e diz a Tomé: “Põe teu dedo aqui e não sejas incrédulo, mas fiel”, e Tomé responde: “Meu Senhor e meu Deus”.

    Nesta celebração, ainda pode-se cantar a sequência pascal e se sugere que o ato penitencial ser feito por aspersão. A celebração deve ser festiva e, como durante todo o tempo pascal, a cor predominante deve ser branca. Ao longo de todo o ano litúrgico devemos centrar toda a nossa atenção em Cristo e no mistério pascal que se renova em toda missa.

    A primeira leitura deste Domingo é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 4,32-35), durante o tempo da Páscoa as duas leituras serão do Novo Testamento, sendo que a primeira leitura sempre será do livro dos atos dos apóstolos, pois marca o início da igreja primitiva. Nesse trecho do capítulo quatro do livro dos Atos Apóstolos os fiéis viviam em total sintonia com os apóstolos e colocavam tudo o que possuíam em comum. Desde o início da Igreja é ensinado o amor ao próximo, se partilhamos entre nós o alimento espiritual que nos vem da Eucaristia, devemos partilhar de igual modo aquilo que é material. Temos que continuar aquilo que nos ensinava a Campanha da Fraternidade deste ano, “Fraternidade e amizade social”, “Vós sois todos irmãos e irmãs”. Cristo é a cabeça da Igreja e nós somos os membros, para estar ligados à cabeça, os membros precisam se ajudar uns aos outros, por isso, a comunhão.

    O salmo responsorial é o 117 (118), esse salmo nos diz em seu refrão: “Dai graças ao Senhor porque ele é bom, eterna é a sua misericórdia”, como nos diz o refrão do salmo, a misericórdia do Senhor é eterna, desde o Antigo Testamento até aos dias de hoje. Ele perdoa toda a nossa falta e nos dirige para o caminho da justiça. Ele nunca se esquece de nós, que algumas vezes nos esquecemos dele.

    A segunda leitura é da Primeira Carta de São João (1Jo 5,1-6), João em suas cartas insiste muito em falar sobre o amor de Deus. Ele derrama o seu amor sobre cada um de nós, prova maior disso foi permitir que seu Filho único morresse na Cruz para nos salvar. Deus tem um amor infinito por cada um de nós, se Ele nos ama devemos amar o nosso próximo. Na oração do Pai Nosso pedimos que Deus perdoe as nossas ofensas, se pedimos que Ele nos perdoe devemos de igual modo perdoar os nossos semelhantes que cometeram algo contra nós.

    O Evangelho deste Domingo da misericórdia é segundo João (Jo 20,19-31), ao anoitecer daquele dia o primeiro da semana, ou seja, era um Domingo, dia da ressurreição, dia do Senhor. Um dia em que a comunidade se reúne em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia para celebrar a ressurreição do Senhor. As portas do local onde os discípulos se encontravam estavam fechadas, por causa do medo que eles tinham dos judeus. Eles tinham medo de que acontecesse com eles o mesmo que aconteceu com Jesus, e não saíam para nada.

    O medo nos aprisiona, nos faz ficar parados, como os apóstolos estavam. Não podemos ficar parados diante do medo, temos que enfrentá-lo e com a ajuda de Deus e do espírito santo vencer esse medo. Não podemos ter medo de anunciar a Palavra de Deus, ainda mais nos dias de hoje, em que as pessoas estão tão sedentas da Palavra.

    Jesus entra e pondo-se no meio deles diz: “A paz esteja convosco”, essa paz que o ressuscitado anuncia tem que ser acolhida pelos membros da comunidade e é necessário estar em paz com Deus e com outros membros da comunidade. Depois dessas palavras Jesus mostra as mãos e o lado, os discípulos alegram-se por ver o Senhor. Jesus novamente anuncia-lhes a paz. Jesus envia os discípulos em missão, e os incentiva a superar o medo e sair para anunciar o reino de Deus. Jesus dá poder para os discípulos perdoar os pecados daqueles que tiverem cometido pecado, dessa forma ia surgindo a igreja primitiva.

    Tomé, chamado “Dídimo”, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu, os discípulos contaram-lhe depois. Tomé não acreditou e disse que só acreditava se visse Jesus e tocasse em suas mãos e no seu lado. Novamente, oito dias depois Jesus aparece e Tomé estava com os discípulos. Jesus anuncia-lhes a paz e diz a Tomé para pôr a mão no seu lado e olhar as suas mãos. E diz ainda para ele não ser incrédulo, mas fiel. Tomé responde com uma bela exclamação de fé: “Meu Senhor e meu Deus”.

    Jesus responde para Tomé, “acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto”. Bem-aventurados somos nós que acreditamos sem precisar ver, temos o testemunho dos apóstolos e dos evangelistas na Sagrada Escritura que nos dão testemunho da ressurreição, mas não vimos o Senhor ressuscitado. O encontramos sempre na Eucaristia e acreditamos que por meio do Espírito Santo Ele permanece vivo no meio de nós. A nossa fé nos faz acreditar que o sepulcro está vazio e Ele ressuscitou e vive eternamente ao lado de Deus.

    Celebremos com alegria esse Domingo da Misericórdia, tenhamos confiança que temos um Deus misericordioso que intercede por nós e está sempre pronto a nos acolher e perdoar. Peçamos ao Espírito Santo as luzes necessárias para continuar acreditando que Jesus continua vivo no meio de nós e que após essa passagem aqui na terra viveremos eternamente ao lado de Deus. Não tenhamos medo de anunciar a boa nova do Evangelho conduzir muitas pessoas para Deus. Amém.

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