Que nossas famílias sejam sagradas!

    A Solenidade da Sagrada Família, celebrada no domingo seguinte ao Natal, em que comemoramos a Família Divina, Jesus, Maria e José é uma festa cheia de significado para mim. Tive a graça de ser criado em uma família profundamente católica e meus pais, em harmonia matrimonial, nos educaram nas pegadas da simplicidade e do despojamento da Sagrada Família e nos educaram na mais genuína fé católica e no seguimento do Evangelho. Quantas famílias, como a de meus pais, ainda vivem o frescor do Evangelho e o testemunho de uma vida santa!

    As leituras deste domingo complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.

    O Evangelho(Lc 2,41-52) sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projeto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projeto que Deus tem para cada pessoa. São Lucas sublinha os valores da família: a dedicação e a responsabilidade dos pais, o tesouro que é um filho, a religião na família, o deixar-se guiar pela vontade de Deus, manifestado de maneira tão sublime nas palavras do Menino Jesus: “Não sabíeis que eu me devo ocupar nas coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). São Lucas registra que Maria ia guardando a lembrança de todas essas coisas no seu coração (Ibid., v 51).

    A segunda leitura(Cl 3,12-21) sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que conosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.

    A primeira leitura(Eclo 3,3-7.14-17a) apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.

    O Santo Padre, o Papa Francisco, no Encontro Mundial das Família, exortou que “o Evangelho da família é verdadeiramente alegria para o mundo”, pois na família “sempre se pode encontrar Jesus; lá habita, em simplicidade e pobreza, como fez na casa da Sagrada Família de Nazaré”. “Foi para nos ajudar a reconhecer a beleza e a importância da família, com as suas luzes e sombras, que escrevi a Exortação Amoris laetitia sobre a alegria do amor, e quis que o tema deste Encontro Mundial das Famílias fosse “O Evangelho da família, alegria para o mundo”, disse o Papa Francisco. “Deus quer que cada família seja um farol que irradia a alegria do seu amor pelo mundo. Que significa isto? Significa que nós, depois de ter encontrado o amor de Deus que salva, procuramos, com palavras ou sem elas, manifestá-lo através de pequenos gestos de bondade na vida rotineira de cada dia e nos momentos mais simples da jornada”. “Isto é santidade”, acrescentou.(https://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-familias-vos-sois-a-esperanca-da-igreja-e-do-mundo-99247, último acesso em 25 de dezembro de 2018).

    Neste dia em que celebramos a Sagrada Família quero exortar a todos os jovens que me acompanham pelas mídias sociais que não tenham medo de constituir uma família sacramental, em que o marido e a mulher se unem e se doam mutuamente, abertos para a maternidade fecunda e para a educação de seus filhos segundo os valores do Evangelho.

    O Papa Francisco encoraja os pais a terem filhos e não serem egoístas: “Se uma família generosa de filhos é olhada como se fosse um peso, há algo errado! A geração dos filhos deve ser responsável, como ensina também a Encíclica Humanae vitae, do beato Papa Paulo VI, mas ter mais filhos não pode se tornar automaticamente uma escolha irresponsável. Não ter filhos é uma escolha egoísta. A vida rejuvenesce e conquista energias multiplicando-se: se enriquece, não se empobrece! Os filhos aprendem a cuidarem da própria família, amadurecem na partilha dos seus sacrifícios, crescem na apreciação dos seus dons. A agradável experiência da fraternidade anima o respeito e o cuidado dos pais, aos quais é preciso o nosso reconhecimento. Tantos de vocês aqui presentes têm filhos e todos somos filhos. Façamos uma coisa, um minuto de silêncio. Cada um de nós pense no seu coração nos próprios filhos – se tem – pense em silêncio. E todos nós pensemos nos nossos pais e agradeçamos a Deus pelo dom da vida. Em silêncio, aqueles que têm filhos pensem neles e todos nós pensemos nos nossos pais (silêncio). O Senhor abençoe os nossos pais e abençoe os vossos filhos.” (https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/catequese/catequese-com-o-papa-francisco-filhos-sao-dons/, último acesso em 25 de dezembro de 2018)

    Eu gostaria de cumprimentar cada pai e cada mãe que geram filhos para o mundo e para a Igreja e que vivem conforme o modo de vida da Sagrada Família: na santidade, no temor a Deus, na simplicidade e no testemunho de uma vida virtuosa. Que a Sagrada Família abençoe todas as famílias e que nossas famílias sejam celeiros de vocações para o ministério ordenado, para a vida religiosa e para a própria vocação matrimonial.

    Abençoa Senhor as nossas famílias, Amém!

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