Por que você não deve desistir das tradições – mesmo das mais estranhas

A experiência humana é comunitária e as tradições unem as pessoas – do passado, presente e futuro

Adoro passar o tempo em nossa escola paroquial, onde meu trabalho é enfiar a cabeça pela porta da sala de aula, irritar as crianças e depois desaparecer para deixar o pobre professor para restaurar a ordem (talvez seja por isso que os alunos sempre me implorem para visitar sua turma no dia do grande teste).Quando estou lá, muitas vezes deixo as crianças me fazerem perguntas aleatórias, e um assunto comum de curiosidade é a minha idade. Eu tenho apenas 37 anos, mas quando os alunos do ensino médio esfregam na minha cara que eu me formei na faculdade antes de nascerem, isso dói um pouco. Eu me pergunto como a vida passou tão rapidamente e se minhas experiências anteriores se tornaram sem importância.

Tudo não está perdido, no entanto; quanto mais fundo eu cavo, mais admirável meu passado se torna. Eu cresci na era do Nintendo Classic, que agora é ainda mais famoso, as bandas que eu cresci ouvindo estão sendo redescobertas agora, e meu estilo de vestir formal está voltando aos manequins do shopping. A lição é que às vezes o nosso material desgastado do passado reaparece e alimenta a nostalgia.

Na minha vizinhança urbana, todos os descolados idealistas e elegantes estão revivendo tudo da geração dos seus avós (eu os chamo de “descolados” carinhosamente porque sou um deles, embora eu prefira calças de tamanho normal). Fazemos a barba com lâminas antigas, preparamos café com antigos moedores de mão, andamos de bicicleta vintage usando jaquetas de tweed, ouvimos música em discos de vinil e somos apaixonados por incenso e canto gregoriano na missa. Eu não estou defendendo que essa é a única maneira de ser legal, mas o fato é que o passado ainda está muito vivo.

Mesmo tradições e hábitos que não estão na moda têm valor – provavelmente porque, para aqueles que os praticam, mesmo que parecem estranhos ou tenham origens desconhecidas, eles possuem um aroma de autenticidade. Por exemplo, quando minha família se reúne para o Dia de Ação de Graças, a ambrosia está sempre na mesa. Eu não me importo com isso, mas eu estou feliz que esteja na mesa porque isso tem acontecido em todos os dias de Ação de Graças que eu posso lembrar. Ambrosia recorda o lar, a família. É a memória de 35 anos. E não saber a origem dessa tradição não a invalida.

O escritor G.K. Chesterton nos adverte a não jogar fora esses velhos hábitos. Uma tradição é como um portão do outro lado de uma estrada que serve a um propósito desconhecido. Seria um erro desprezá-lo simplesmente porque não sabemos por que está lá. Quem sabe? Talvez exista uma força detrás. Se você tem uma tradição que ama, mas não consegue explicar por quê, aguente firme! Não se sinta envergonhado ou imagine ela deva ser acompanha por uma explicação exaustiva.

Admito que talvez não seja a atitude mais lógica rejeitar uma nova e sofisticada máquina de café em favor de um velho moedor. Seria mais fácil colocar um copinho de plástico, apertar “ligar” e acabar logo com isso. Então, por que escolher o método mais difícil e mais antigo? Pelo menos em parte porque é assim que meu bisavô fazia café. Eu nunca conheci meus ancestrais depois de certa geração, mas mesmo assim me sinto conectado a eles. A experiência humana é comunitária e as tradições reúnem a família humana – passado, presente e futuro.

Nós todos sabemos que as tradições nos conectam com o passado, mas talvez não seja tão claro que elas também nos conectam com o presente e o futuro. As tradições são como entrar em sua casa de infância novamente, elas se encaixam perfeitamente, e através da magia da nostalgia, trazem momentos felizes do passado de volta ao presente.

O passado nunca desapareceu, ele continua sendo uma parte de nós para sempre, e mesmo se você estiver começando a sentir que o tempo passou, nada é desperdiçado, nada de velho está sempre perdido. Sabendo que nada na vida é simplesmente um estágio temporário que em breve será descartado quando seguirmos em frente, temos a força para encarar com alegria o futuro.

O curso de nossas vidas se desenvolve como uma árvore que amadurece. Começamos como mudas e ao longo do tempo colocamos novas folhas e ramos, mas ainda estamos enraizados no solo. À medida que crescemos, essas raízes se aprofundam ainda mais no solo e a força do passado se torna a fonte do crescimento futuro. O mais encorajador de tudo é que as futuras gerações olhem um dia para trás em nossas vidas e encontrem grande valor nas tradições que estamos vivendo hoje com nossos entes queridos.

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