Em carta à sociedade, dom Enemésio pede ajuda para imigrantes venezuelanos

A Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, que tem como presidente o bispo de Balsas, dom Enemésio Lazzaris realizou recentemente nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, no Estado de Roraima a missão “Fronteiras Brasil/Venezuela”. Um dos objetivos era conhecer in loco a situação que envolve a imigração atual na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em especial para verificar a ocorrência do tráfico humano.

Na ocasião além de visitas aos abrigos dos indígenas em Pacaraima e em Boa Vista, o grupo realizou audiências com a Polícia Federal, com a governadora do Estado e com organizações da Sociedade Civil. Outra ação desenvolvida foi a ida ao espaço onde é servido diariamente o café da manhã, conhecido como “café fraterno” com 900 refeições, oferecida pela Paróquia Sagrado Coração de Jesus, uma iniciativa coordenada pelo padre Jesus Lopes Fernandez de Bobadilla.

Migrantes venezuelanos dormem ao relento na Praça Simón Bolívar em Boa Vista, Roraima (Foto: Yolanda Mêne/Amazônia Real)

Atenta à realidade, a Comissão constatou situações graves de violação de direitos humanos e falta de políticas públicas elementares como alimentação, saúde, higiene, segurança, educação. “Esse cenário tão desolador nos interpela para ações e posicionamentos pessoais e coletivos de acolhida, solidariedade e incidência política de forma articulada em âmbito local, estadual e nacional”, afirma dom Enemésio.

Como forma de apelo, após a missão, o bispo escreveu uma carta à sociedade brasileira na qual pede às igrejas e à sociedade uma maior solicitude para com os irmãos e irmãs imigrantes e refugiados, conclamando a todos para uma maior sensibilização e envolvimento através de serviços voluntários e mobilização e incidência junto aos órgãos públicos nacionais, estaduais e municipais.

“A Palavra de Deus, ao afirmar que ‘somos todos irmãos e irmãs’ nos impele a vivermos a fraternidade como caminho de superação de todas as violências e desigualdades. Reconhecemos e agradecemos a grandeza de espírito das muitas pessoas que, sensíveis às dores desses nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados, já estão dando sua contribuição”, diz o bispo.

Que Nossa Senhora Aparecida interceda junto a Deus por todos/as a fim de que nos empenhemos firmemente nessa missão de acolher, proteger, promover e integrar nossos irmãos e irmãs imigrantes e refugiados em nossa pátria”, diz dom Enemésio no trecho final da carta.

 

Confira a carta na íntegra.

 

Fonte: CNBB

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