“Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens” (cf. Lc 12,15).
A Liturgia do Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum, nos adverte sobre as consequências da ganância e vaidade. As leituras perpassam sobre uma dura reflexão de como lidamos com os acúmulos dos bens terrestres, bem como os sentimentos que derivam deles, aos quais resultam num falso sentimento de superioridade, mas que, na verdade, é resultante da mediocridade de se sentir forte de ter apenas os bens materiais… e nada mais!
O Evangelho de Lucas (Lc 12,13-21), Jesus relata a parábola do homem insensato que junta os seus bens pra si mesmo e acha que aquilo é o cerne da vida, nas palavras do próprio Jesus: “Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus” (cf. Lc 12,20-21). Afinal, o que levaremos conosco ao dormirmos eternamente ao lado do Pai, senão apenas os atos de amor e fraternidade cristã? Jesus nos lembra constantemente que o acúmulo de riqueza, poder e humilhar aos irmãos não trazem o regozijo que os atos de amor – de verdadeira riqueza – nos trazem. Pois devemos ter a consciência de que Deus é misericordioso, porém Ele é a Sede da Justiça, portanto todos serão julgados pelas riquezas acumuladas no coração que vivenciou o verdadeiro amor para os seus.
A Primeira Leitura retirada do Livro do Eclesiastes (Ecl 1,2; 2,21-23), o autor sagrado mais uma vez nos chama a atenção sobre a impiedade da ganância, demonstrando do que adianta trabalhar arduamente e deixar a herança para outro que nem ajudou? E podemos ir além, do que adianta acumular bens terrenos e não acumular os bens do Alto? Por isto, buscar a Deus e tê-Lo como o objetivo final da nossa existência, é para onde devemos seguir, a fim de que o nosso coração possa repousar.
E a Segunda Leitura extraída da Carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 3,1-5.9-11), Paulo concluí esta Liturgia enfatizando o esforço para alcançar as coisas do alto, espelhando-se em Jesus Cristo, na busca diária do Homem Novo. “Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria” (cf. Cl 3,5).
Vivificados pela exortação desta Liturgia, possamos refletir sobre as nossas ações referente aos bens deste mundo. Que possamos cada vez mais nos imergir no amor verdadeiro, que nos levará para a verdadeira riqueza na Glória de Deus. E “que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza!” [cf. Sl 89(90),17ª].
Saudações em Cristo!