XIX Domingo do Tempo Comum

    Estamos celebrando o XIX Domingo do Tempo Comum. Neste domingo comemoramos também o Dia dos Pais e damos início à Semana Nacional da Família 2025.

    Na primeira leitura – Sabedoria 18, 6-9 – o Livro da Sabedoria nos recorda a noite da saída do Egito. Israel era um grupo de escravos. Como suportou tanto sofrimento? Como se conservou fiel a Deus? Como resistiu? Como não se dispersou?

    Resistiu porque colocou somente em Deus sua esperança:
    “A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos.”
    O povo de Deus, escravo no Egito, não duvidou da promessa feita a Abraão; esperou contra toda esperança e confiou no julgamento divino:
    “Os piedosos filhos dos bons fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos.”
    Um povo unido pela esperança e pela fé na Palavra de Deus.

    Na segunda leitura – Hebreus 11, 1-2.8-19 – a Carta aos Hebreus também responde: a fé, mãe da esperança, foi a força dos amigos de Deus.
    “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem.”
    Na fé, já possuímos; na fé, já tocamos com as mãos aquilo que o Senhor nos prometeu e preparou. Pela fé, nossos antepassados partiram, deixaram tudo; pela fé, tiveram a coragem de viver errantes, morando em tendas. Pela fé, viveram como estrangeiros neste mundo, colocando toda sua esperança em Deus, que nos prepara uma Pátria melhor no céu. Pela fé, Abraão, nosso pai, foi capaz de sacrificar seu filho único. Pela fé deles, “Deus não se envergonha deles, ao ser chamado o seu Deus.”

    No Evangelho – Lucas 12, 32-48 – o Senhor nos adverte:
    “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater.” (Lc 12, 35-36)

    Jesus exorta-nos à vigilância, porque o inimigo não descansa: está sempre à espreita. E porque o amor nunca dorme. Os judeus costumavam usar túnicas folgadas e, por isso, cingiam-nas com um cinturão para poderem caminhar e executar tarefas. “Ter roupas cingidas” é uma imagem para indicar alguém preparado para agir, para trabalhar, para entrar em luta. Do mesmo modo, “ter lâmpadas acesas” simboliza a postura de quem está alerta, esperando a chegada de alguém.

    Quando o Senhor vier ao final de nossa vida, deve encontrar-nos assim: vigilantes, servindo por amor, empenhados em melhorar as realidades terrenas, mas sem perder de vista o sentido sobrenatural da vida. Devemos avaliar adequadamente todas as coisas – profissão, negócios, descanso – sem esquecer que tudo deve nos levar a amar mais a Deus, a buscar o Céu e a servir os irmãos.

    Não é longo o tempo que nos separa do encontro definitivo com Cristo; cada dia que passa nos aproxima mais da eternidade. Pode ser neste ano, no próximo, ou mais adiante… Seja quando for, sempre parecerá que a vida passou rápido. O Senhor virá à segunda ou à terceira vigília…

    “E como não sabemos nem o dia nem a hora, é necessário, conforme a advertência do Senhor, que vigiemos constantemente para que, terminado o prazo improrrogável da nossa vida terrena (cf. Hb 9,27), mereçamos entrar com Ele na festa e sermos contados entre os eleitos.”

    Estejamos, pois, vigilantes no amor e longe da tibieza e do pecado. Mantendo-nos fiéis a Deus nas pequenas coisas do dia a dia, treinamos o coração para a fidelidade nas grandes. Quem se habitua a examinar as pequenas escolhas de cada dia reconhece facilmente os sinais que revelam a direção da alma – seja no bem, seja no mal.

    Ficai preparados! Todas essas palavras nos convidam ao desapego, à vigilância, à atitude de entrega e esperança diante de Deus. E como tudo isso é difícil num mundo que cultua o conforto, o consumismo, o individualismo, e que valoriza apenas o que é imediato e visível!

    Como rezar bem com o coração apegado ao conforto? Como manter o fervor quando dispersos em mil superficialidades? Como seremos fortes na fé sem combater nossos vícios?

    Como levaremos a cruz da doença, das dificuldades no matrimônio, da missão de educar os filhos ou de lutar pela honestidade, se não estivermos vigilantes?

    Como permanecer firmes na fé católica sem oração e busca constante das coisas de Deus?

    O Senhor virá na noite deste mundo: “E caso chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão” os que Ele encontrar vigilantes!

    Desejo a todos os pais que, vigilantes na educação religiosa dos seus filhos, transmitam a fé católica e façam de seus lares uma verdadeira Igreja doméstica. Que São Lourenço, diácono e mártir, cuja memória celebramos neste dia 10, abençoe todos os pais – especialmente os que também são diáconos permanentes, e que consagram suas vidas ao serviço da caridade e do altar.

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