Uma reflexão muito interessante a partir do filme “Extraordinário”
A tensão entre o comum e o extraordinário marca a vida do pequeno Auggie, um menino portador de uma deformidade facial. Sua história está em exibição nas telas dos cinemas brasileiros.
O filme Extraordinário é um drama norte-americano, dirigido por Stephen Chbosky e escrito por Steve Conrad, baseado no romance homônimo de R. J. Palacio. É protagonizado por Julia Roberts, Owen Wilson e Jacob Tremblay. Estreou nos Estados Unidos, no mês passado.
Auggie sempre fora escolarizado em casa, por sua mãe, mas chega a hora de encarar as dores e as alegrias de uma escola. Na 5a série, ele inicia o processo de se relacionar com outras crianças. Por sua condição, depara-se com o bullying, com a rejeição, mas também com as verdadeiras amizades e com a aceitação de si.
Ser diferente causa-lhe a dor da imperfeição. E o desejo de ser igual ao outro projeta a rejeição de si. Sua socialização na escola gera as experiências controladas pela dor de ser diferente e pelo desejo de ser como os outros, mas também favorece a descoberta de quem ele é e revela a dor do outro.
É uma lição de superação e autoconhecimento. Como reconheço minhas deformidades e imperfeições? Será que só serei feliz se for reconhecido como o mais belo? Preciso da aprovação dos outros? Estão todos falando de mim? O mundo gira ao redor dos meus problemas?
Enquanto a família lida com outras questões, Auggie percebe que eles também precisam de atenção e de cuidados. Ele tem a chance de ser apoio e consolo.
Como posso confiar nos amigos da escola? É mais fácil me isolar? Usar máscaras para esconder quem sou? Auggie sente-se manipulado em meio a supostos relacionamentos por piedade. Se tivesse dialogado, esclareceria tudo com mais facilidade. Como é difícil dialogar, esclarecer com palavras olho no olha e evitar desentendimentos.
Como cristãos, somos chamados a testemunhar uma maturidade como homens e mulheres que conhecem a Cristo, aquele que revela a verdade de quem somos, cura nossas feridas, ainda que deixem cicatrizes, mas são sinal do amor que recebemos e devemos transbordar. Não são as minhas dores e desejos que me governam.
Auggie sonhava em seu um menino comum, mas ao lidar consigo e com os outros, fora de sua zona de conforto, assume que é, de fato, um garoto extraordinário.
Fonte: Aleteia