Vocação, resposta do homem a Deus.

    Em nossa caminhada de reflexão neste mês vocacional, que neste ano nos coloca a questão de “seguir Jesus à luz da fé” e nos ajuda com o lema: “sei em quem acreditei” (2Tm 2,12), prosseguimos em nossa reflexão deste agosto que aprofunda esses assuntos para nossa vida eclesial.

    Nosso caminho é o Amor. Somos fundamentalmente chamados para amar, para refletirmos a imagem e semelhança de Deus no mundo: amando, sendo “amor” como Santa Teresinha do Menino Jesus tão concretamente descobriu em sua própria vida, pela experiência, e por isso encontrou e viveu plenamente sua vocação particular na Igreja.

    Não se pode esquecer que falar de vocação é falar de duas realidades, tanto a do homem como a Deus. A liberdade que parte de Deus, que é pai e que chama é absoluta e a liberdade do homem é a de quem escuta e responde este chamado.

    Quando se trata de vocação, a iniciativa sempre parte de Deus, porém essa resposta dada pelo homem necessita também de intermédios necessários e indispensáveis para uma resposta natural e eficaz.

    Sem abertura, não é possível vocação alguma, que é dom e carisma que cada um recebe para utilidade comum. É justamente na abertura e no serviço aos outros que a vocação vai se configurando e a nossa resposta vai se intensificando, apesar dos atritos, e, dizendo melhor, justamente por causa dos atritos. É dentro deste chamado primeiro e fundamental ao Amor, que nascem todas as vocações religiosas e estados de vida, porque é do chamado fundamental ao Amor que decorre o nosso chamado a ser e a realizar algo no mundo.

    O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a vocação última do homem é uma só, divina”. Cada um de nós responde primeiramente esta vocação pelo Batismo, e a realiza segundo estados e funções diversas, conforme o chamado único, particular de Deus a nós. Para cada pessoa há um chamado singular e insubstituível no universo e na história, que foi fixado pelo projeto de Deus que sempre vai muito além dos nossos próprios projetos, e cuja realização vai tão além da nossa capacidade humana, que jamais poderíamos concretizá-lo sem que Ele nos capacite.

    Somente Deus pode arrogar-se o direito de nos propor um destino que toca a nossa vida toda. Somente Deus tem esta força imperiosa capaz não somente de nos atrair, mas de capacitar-nos a dizer sim e perseverar neste chamado por toda a nossa vida, não estaticamente, mas crescendo no nosso “sim” a cada desafio sempre maior.

    Da mesma forma, somente a pessoa chamada pode, livremente, acolher o chamado, e se dispor a ir aonde a força do chamado a atrai e impele a concretizá-lo. Por isso, na vocação, tanto o chamado como a resposta são de fundamental importância. Não podemos criar um chamado que Deus não nos fez, e, do mesmo modo, ninguém pode responder ao chamado por nós a não ser nós mesmos, que, livremente escolhidos, livremente podemos dizer “sim”.

     

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