Vocação à paternidade

    Hoje, segundo domingo de Agosto, celebrarmos o dia dos pais e iniciamos no Brasil a Semana Nacional da Família. O primeiro livro da Bíblia já nos fala da missão de ser pai e da formação da família. Por isso, “o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2, 24). Este trecho da Sagrada Escritura, retirado do primeiro livro da Bíblia, nos apresenta a constituição da família cristã instituída por Deus: homem, mulher e, fruto do amor entre ambos, os filhos. Por ocasião do dia dos pais, recordamos que, neste mês vocacional, essa é uma grande vocação que desemboca em uma missão importante para o nosso tempo. A coincidência atual com o mês vocacional se deve que, ao ser criada a data, o dia de São Joaquim, pai de Maria Santíssima, era celebrado a 16 de agosto, data que, após a reforma litúrgica, foi transferida para o dia 26 de julho, junto com Santana. Em Portugal o dia coincide com o dia de São José, o pai adotivo de Jesus.

    O pai na família cristã precisa refletir para com os seus filhos o Amor de Deus Pai. Quantas pessoas não conseguem se sentir amadas por Deus Pai por não terem sido amadas pelo pai da terra; quantos entendem o Pai do Céu como distante por não ter tido a oportunidade de perceber o pai terrestre presente! O papel do pai na família é de suma importância, é insubstituível, não pode e nem deve ser transferido.

    Na Exortação Apostólica Familiaris Consortio, número 25, São João Paulo II afirma: “o amor aos filhos são para o homem o caminho natural para a compreensão e realização da paternidade. (…) É necessário ser-se solícito para que se recupere socialmente a convicção de que o lugar e a tarefa do pai na e pela família são de importância única e insubstituível”. O homem só será realizado, enquanto pai, quando amar seus filhos. E quando se fala em amar, não se trata de um amor irreal, mas um amor concreto, presente, suporte, um amor doação.

    Gostaria aqui também de recordar algumas reflexões do Papa Francisco sobre ser pai, estas reflexões foram num discurso realizado no dia 04 de fevereiro de 2015. “Cada família precisa do pai. Hoje nos concentremos no valor do seu papel, e gostaria de partir de algumas expressões que se encontram no Livro dos Provérbios, palavras que um pai dirige ao próprio filho, e diz assim: “Filho meu, se o teu coração for sábio, também o meu será cheio de alegria. Exultarei dentro de mim, quando os teus lábios disserem palavras retas” (Pv 23, 15-16). Não se poderia exprimir melhor o orgulho e a comoção de um pai que reconhece ter transmitido ao filho aquilo que realmente conta na vida, ou seja, um coração sábio. Este pai não diz: “Estou orgulhoso de você porque és igual a mim, porque repetes as coisas que eu digo e que eu faço”. Não, não lhe diz simplesmente qualquer coisa. Diz-lhe algo de bem mais importante, que podemos interpretar assim: “Serei feliz toda vez que te ver agir com sabedoria e estarei comovido toda vez que te ouvir falar com retidão. Isso é aquilo que quis te deixar, para que se tornasse uma coisa tua: a atitude de sentir e agir, de falar e julgar com sabedoria e retidão. E para que tu pudesses ser assim, te ensinei coisas que não sabia, corrigi erros que não vias” (Retirado do site: https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/catequese/catequese-do-papa-sobre-os-pais-importancia-na-familia/ Último acesso: 12/08/2017).

    “Um pai sabe bem quanto custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta doçura e quanta firmeza. Porém, que consolo e recompensa se recebe quando os filhos honram esta herança! É uma alegria que redime todo cansaço, que supera toda incompreensão e cura toda ferida. A primeira necessidade, então, é justamente essa: que o pai seja presença na família. Que seja próximo à mulher, para partilhar tudo, alegrias e dores, cansaços e esperanças. E que seja próximo aos filhos em seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando estão despreocupados e quando estão angustiados, quando se exprimem e quando ficam em silêncio, quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando reencontram o caminho; pai presente, sempre. Dizer presente não é o mesmo que dizer controlador! Porque os pais muito controladores anulam os filhos, não os deixam crescer” (Retirado do site: https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/catequese/catequese-do-papa-sobre-os-pais-importancia-na-familia/ Último acesso: 12/08/2017).
    Peçamos ao Senhor que abençoe todos os pais, pois, uma missão que possui um caráter espiritual e social. Rezemos por todos os pais para que Nosso Senhor na sua infinita bondade de forças e saúde a cada um. Que São José interceda por todos!

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