“Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra”. Mas no sentido de se descortinar ou perceber a realidade sombria e tenebrosa do mundo, a partir de uma imprensa corporativa, dominadora ou patronal. Que na Solenidade de Pentecostes, sopro da vida, Deus nos dê entendimento, numa imprensa que não assegura o sagrado direito de o povo enxergar os inestimáveis prejuízos e os que perdem com as estarrecedoras guerras, sendo vítimas dessa política de morte, deletéria, mórbida e deplorável.
A mesma imprensa corporativa e patronal, além de nociva e avassaladora na sua parcialidade, revela uma face malévola, sendo inclementemente prejudicada e afetada a mãe terra, e nela a criatura humana, imagem e semelhança de Deus. Os ganhadores, consequência dessa ignóbil atrocidade de muitos, são os Estados Unidos, seus aliados diretos e mais ninguém, com o comércio lucrativo e nefasto de venda de armas, sempre e cada vez mais vil, brutal e impiedosa.
Que o Espírito venha, mas num sentimento de alegria de nossa parte, pelo nosso humilde trabalho, “No Mundo de Fortaleza”, para contribuir de algum modo, no sentido de ajudar, mas também de despertar a consciência, na compreensão e discernimento por um maior cuidado pelo mundo no qual estamos inseridos, tendo como referencial a capital alencarina, na sua realidade vertical pelo seu lado leste, mas sem esquecer os agudos contrates no centro e do lado oeste.
Que saibamos contar com o Espírito Santo de Deus, no amor pela “loira desposada do sol”, que seja na direção de contrariar o parecer muito natural, óbvio, ou corriqueiro, no seu dia a dia, como na assertiva de Aristóteles, bem antes de Cristo: “Um povo que não aprende com sua história, está fadado a repeti-la”. Hoje fico com a afirmação do Professor Airton de Farias, a respeito da nossa cidade de Fortaleza: “Há uma cidade do lado ‘leste’, ‘bonita’, com avenidas largas, prédios elegantes, refinados centros comerciais e espaços de consumo. É a cidade que aparece nas imagens das propagandas oficiais e das empresas de propaganda.
Há o “centro”, ponto em torno do qual a cidade foi se formando ao longo dos séculos, a partir da antiga Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Uma área charmosa, que traz as cicatrizes e as paixões da História e que, nas últimas décadas, sofre com o abandono por parte dos poderes públicos e grandes grupos econômicos, embora ainda pulse, com as multidões atraídas pelo comércio popular ali existente.
Existe a Fortaleza do “oeste”, cheia de contradições sociais e de infraestrutura urbana problemática. É a cidade dos bairros populares, da gente trabalhadora, não raro, de pele escura, que batalha e sonha, todo dia, por melhores condições de vida. É a Fortaleza que lembra as contradições de nosso processo histórico, do ontem e do hoje”. Numa incessante prece, nunca nos esquecermos de dizer: “Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra!”.