VIDA QUE SEGUE

                Um inconsciente movimento de negação à vida está em curso, sem a percepção social. Quando um filho ou filha diz não à vida familiar, à possibilidade de gerar filhos, está quebrando uma cadeia genética. Nenhum mal maior aqui apontamos, pois muitos desses o fazem por opção religiosa ou por uma vida celibatária que também constitui um direito, uma liberdade de escolha. Porém, quando essa opção se torna modismo, atingindo grande maioria de jovens em idade de procriação, temos que nos preocupar. A vida familiar, o dom da maternidade, a geração de filhos está em queda.

                Tudo bem que isso responde à política do controle populacional, cujas diretrizes apontam para a necessidade de um declínio de nascituros. O crescimento exponencial de populações pobres tende a aumentar a fome no mundo e a renda “per capta” ainda é um coeficiente soberano na avaliação dos países ricos. Tudo bem que a negação à vida tem relação com a necessidade de amparo, educação, dignidade, segurança, bem estar das nossas crianças, que não podem vir ao mundo sem esse mínimo necessário. Então as campanhas abortistas aqui ganham plausíveis justificativas e apoio governamental de muitas nações…

                Eis o nó que sufoca a consciência de muitos! A maternidade deixou de ser um simples “sim” feminino, um consentimento pessoal e isolado entre as quatro paredes de um lar, para se tornar questão de política pública. Ser mãe já não é uma dádiva dos céus para muitas, mas uma questão de Estado, onde a liberdade do indivíduo está atrelada à soberania da Nação, aos interesses dos que governam, dos que ditam leis e direitos. Vejam a vergonhosa intervenção política dos sistemas ditatoriais sobre a vida familiar do povo. Há quem diga até que a atual disseminação de doenças endêmicas ou mesmo genéticas tem a ver com esse controle. Que o escancarado apoio às uniões homoafetivas também, que a dissolução da vida familiar tradicional está inserida nesse movimento. Tudo isso tem um fundo de verdade.

                No entanto, aqui segue um alerta: nada substitui o amor maternal. Nada é maior que essa força criativa capaz de superar todas as barreiras em defesa de sua prole. O amor de mãe não mede consequências, não traça limites, não pensa em estratégias futuras, nem impede seus filhos de seguirem o curso da vida livremente. Esse é o raciocínio dos que pensam dominar o mundo. A mãe que é mãe não pensa duas vezes diante do milagre da vida que seu ventre um dia anunciou: “Faça-se em mim, segundo a sua Vontade”.

                Eis o dom mais precioso da vida humana: aceitar nossa existência como obra divina. Compreender essa dádiva e valorizar a maternidade é dizer sim à vida. À vida que segue, apesar dos percalços que nossa sociedade fragilizada na compreensão desse milagre, ainda teima em discutir. Não tema, Maria, não tema José, em receber nos braços o fruto do milagre que Deus faz gerar na vida de vocês. Ainda que o mundo aponte seus dedos com acusações de irresponsabilidades, sejam responsáveis e gratos pelos filhos que dão sentido às suas existências. Quanto a mim, avô sexagenário, tenho esperanças de ver a continuidade dos meus dias nas aventuras e venturas dos bisnetos que ainda não tenho. Obrigado Mãe, pelo dom de existir.

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