As Filhas do Coração de Maria estão a promover as suas férias solidárias de verão com cerca de 30 pessoas, onde constroem comunidades na descoberta de Deus e no serviço à população de Boliqueime, no Algarve.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, Paulo Cotio, um leigo que integra a organização das férias solidárias, explica que as cerca de 30 pessoas têm entre os 08 e os 80 anos e estão divididos em grupos que fazem diversas tarefas em Boliqueime.
As atividades vão desde cuidar de crianças até aos 5 anos a “ajudar a animar” os idosos do centro comunitário local e permitem a estas pessoas “fazerem alguma coisa diferente do que é habitual”.
Outros elementos dedicam-se aos jovens para também estes “terem uma experiência diferente”, durante as férias solidárias que começaram no dia 31 de julho e terminam esta quinta-feira.
Os serviços solidários são variados, “dependem das necessidades encontradas”, e a organização desta iniciativa, antes de partir para Boliqueime, contactou a paróquia local e outras entidades e, por exemplo, existe quem dedique o seu serviço a ajudar uma família “a apanhar alfarroba”, “a pintar uma parede” e simplesmente a conversar.
“Fazemos visitas ao domicílio às pessoas mais idosas. Cá existe esse serviço mas nós podemos ter uma pessoa que está mais um pouco com o objetivo de dialogar, escutar”, acrescenta Paulo Cotio, que destaca o “marcar a diferença” pela disponibilidade para o que as pessoas precisam.
Os cerca de 30 elementos foram convidados a “construir comunidade e a crescer com outro(s)”, também a “saberem quais são os seus limites e dons”, para depois saírem para Boliqueime com o que “sabem que podem dar”.
“Aqui não há papéis definidos à partida, quando as pessoas se inscrevem não sabem os desafios que vão existir, têm uma ideia mas não existe nada concreto”, comenta Paulo Cotio.
Por isso, a Sociedade das Filhas do Coração de Maria dedica o primeiro dia das “férias solidárias” ao acolhimento e início da construção da comunidade, “o segundo dia descoberta individual, o dom” e todos os dias começa com “oração e reflexão individual” e terminam também com oração e revisão do dia.
“O que correu bem e menos bem, onde é que entrou Deus e senti Cristo. O que me tocou na experiência e tenho de partilhar com as pessoas na nossa comunidade”, exemplifica.
Durante esta semana de atividade, os cerca de 30 elementos – jovens; adultos e famílias onde podem participar casais com crianças maiores 6 anos – foram chamados para ter diversos momentos: “Arte; caminhar; conhecer; descobrir; jogar; liberdade; natureza; oração; partilhar; ser; serviço.”
Paulo Cotio, que participa nas férias solidárias com a sua igreja doméstica, a esposa e os três filhos revela que ganham muito nas relações familiares e com as outras pessoas: “Só nos apercebemos ao longo do dia com as partilhas que fazem.”
O membro da organização das férias solidárias recorda que este modelo de atividade nasceu há três anos.
Começou no Gerês, depois estiveram em Alvaiade e os partiicpantes estão agora no Algarve com o mesmo “sentido de descoberta de Deus” nas suas vidas e no que querem estar “enquanto missão”.
O interlocutor adianta ainda que o “grande critério” para a escolha dos locais é para além da experiência pessoal “dar algo à comunidade” que os acolhe.
“Não queremos ir para uma comunidade para estarmos fechados em nós próprios mas fazer alguma coisa pela comunidade”, observou Paulo Cotio.
Fonte: Verão: Agência Ecclesia