O Papa Francisco falou hoje sobre paz e reconciliação numa homilia em que condenou quem produz armas que matam nas guerras e alertou para os conflitos nas comunidades cristãs.
“Todos os dias nos telejornais, nos jornais vemos que existem guerras, destruições, ódio, inimizade. Também há homens e mulheres que trabalham muito para fazer armas para matar que se banham no sangue de tantas pessoas inocentes, de tanta gente. Há guerras”, constatou o Papa, durante a Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Francisco explicou que a “paz salva, faz viver, crescer”, ao contrário da guerra que “aniquila” e “leva para baixo” e frisou que existe a “maldade na preparação da guerra”, em produzir armas que são usadas “contra os outros, para matar”.
O Papa acrescentou que esta não é a única guerra que existe porque “ela também está nas comunidades cristãs” e destacou que a liturgia aconselha a “fazer a paz”.
“Se tu não sabes perdoar, não és cristão. Se tu não perdoas, não podes receber a paz do Senhor, o perdão do Senhor. E todos os dias, quando rezamos o Pai Nosso – ‘Perdoai-nos assim como nós perdoamos… – é condicional’”, desenvolveu.
Francisco disse que é preciso existir “paciência cristã, compreender os outros e não condená-los” e destacou do Evangelho (São Lucas 6, 27-38) outra palavra-chave, “misericórdia”.
Neste contexto, deu como exemplo as “mulheres heroicas” que “suportam” “brutalidades, injustiças”, pelo bem da família, dos filhos, e também os homens heroicos que se levantam cedo de manhã cedo para ir para um trabalho “muitas vezes injusto, mal pago”.
No lado oposto destes “justos” estão os que “fazem trabalhar a língua e fazem a guerra”.
Na homilia matinal, Francisco dirigiu-se ainda aos padres convidando-os a serem misericordiosos.
“Se és um sacerdote e não te sentes misericordioso pede ao bispo para te dar um trabalho administrativo, não vás para o confessionário, por favor! Um sacerdote que não é misericordioso dá pancadas nas pessoas”, advertiu.
Ter “sentimentos de ternura, bondade, humildade, mansidão e paciência” é o estilo cristão, a partir do qual Jesus “fez a paz e a reconciliação”, contrário ao “orgulho, condenação e a falar mal dos outros”.
Fonte: Agência Ecclesia