Uma mensagem de gratidão e unidade é enviada por Olav Tveit, secretário do Conselho Mundial de Igrejas
A comunidade ecumênica de Taizé, na França, está celebrando neste dia 20 de agosto os seus 75 anos de fundação. O ano de 2015 marca também os 100 anos do nascimento de seu fundador, o irmão Roger Schütz, bem como o décimo aniversário da sua trágica morte: ele foi apunhalado por uma mulher com transtornos mentais na igreja da própria comunidade de Taizé, em 16 de agosto de 2005.
Dada a proposta da comunidade de fomentar a união entre os cristãos, muitas mensagens de representantes de confissões cristãs diferentes têm chegado a Taizé para se unir às celebrações de aniversário e à memória da morte do irmão Roger.
Destacamos a seguir alguns trechos da mensagem enviada por Olav Tveit, o secretário do Conselho Mundial de Igrejas, organização ecumênica que reúne cerca de 340 confissões. A Igreja Católica não faz parte desta organização, mas mantém com ela um grupo permanente de trabalho, além de participar como membro pleno de alguns departamentos, como a Comissão de Fé e Ordem e a Comissão de Missão e Evangelismo.
“A peregrinação é a característica definidora do movimento ecumênico”.
“O convite da comunidade de Taizé a uma ‘peregrinação de confiança sobre a terra’ está em sintonia com o convite feito pela X Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, realizada em Busan, Coreia do Sul: fazer uma peregrinação de justiça e de paz”.
“Ao falarmos de uma peregrinação que une as dimensões espirituais da oração e da ação prática em prol da justiça e da paz, recordamos que a vida e a identidade cristã fazem parte de algo maior que nós próprios: algo que nos une na solidariedade recíproca como manifestação da graça e do amor de Deus”.
“Deixemos de lado a perspectiva autorreferencial e egocêntrica da fé e da vida cristã”.
“Caminhar juntos nesta peregrinação exige e encoraja a abertura ao diálogo, a aceitação e a prática da responsabilidade de uns para com os outros e a inclusão do outro no futuro de cada um”.
“Ao buscar sentido além de nós mesmos, entendidos como parte de um grupo particular, de uma igreja, de uma tradição, encontramos o sentido da importância de uma fraternidade mais ampla entre nós, que caminhamos juntos”.
“Ao caminharmos juntos na peregrinação da justiça e da paz, reconhecemos a nós mesmos como pessoas que possuem dons e compromissos específicos, os quais desejamos compartilhar”.
“Como cristãos, enxergamos uns nos outros irmãos e irmãs que se ajudam mutuamente a viver como discípulos de Cristo, a exemplo de Jesus mesmo”.
“O irmão Roger demonstrou com a sua vida e com o seu testemunho a alegria e a dor de ser discípulo. Seu caminho na vida nos ajuda a reconhecer o sentido mais profundo de sermos um só no corpo de Cristo, mediante a oração e a prática. Suas reflexões sobre a fé em Cristo, em pleno terror nazista e em meio à guerra, assim como a tragédia da sua morte, nos mantêm focados na cruz de Cristo, recordando-nos o amor de unificação, reconciliação e abnegação vivido por Cristo pelo mundo, assim como o dom da vida nova na Eucaristia”.
Fonte: Aleteia