“Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e minha vontade” (1Sm 2,35). A imagem do sacerdote, do qual o Livro Sagrado nos fala, nos nossos dias, ninguém melhor e mais se configura e se identifica, do que o Papa Francisco, quando afirma: “Quando a Igreja convida a vencer aquela que eu chamei de ‘globalização da indiferença’, ela está longe de qualquer interesse político e de qualquer ideologia”, daí seus frequentes apelos de atenção em relação aos necessitados, num forte desejo de que a justiça e a paz se abracem (cf. Sl 84, 2). Seu pontificado é de uma importância incomensurável para o mundo, indicando sempre mais a direção do bem e neste sentido, Francisco é contumaz, ao proclamar a bondade e sonhar bem alto, em nome do nosso bom Deus, que a superação a extrema pobreza é possível, na busca ininterrupta da justiça social.
O Senhor Jesus quer que todas as pessoas se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, pelo anúncio e pelo testemunho, também no chamado à conversão e na formação das comunidades de fé. Neste sentido, o Espírito Santo não cessa de conduzir os passos do Papa Francisco, fazendo-se irmão e amigo dos peregrinos, migrantes, refugiados e sofredores de toda natureza, levando aos mesmos a esperança, marcados que são pela exclusão, ausência de expectativa e empobrecimento sempre maior, em estreita sintonia com o Concílio Vaticano II, na seguinte afirmação: “Não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no coração do discípulo de Cristo” (GS, 200). Nosso livro, “Voz dos não têm voz”, quer colocar na mente e no coração do povo de Deus a pessoa de Jesus de Nazaré, na sua de missão de salvar e saciar a fome da pessoa humana, imagem e semelhança do Criador e Pai, mas de um modo integral, radicalmente presente no Sucessor de Pedro.
Nossa intenção, com nosso humilde trabalho é fazer com que, a esperança vivida e anunciada pelo Augusto Pontífice se manifeste como ação salvífica, fruto da força e ação do Espírito Santo de Deus no mundo, no qual estamos inseridos, numa didática repleta de graça, de tal modo, que possamos contribuir para cessar as resistências e ventos contrários. Como é maravilhoso e salutar perceber quando as pessoas se sentem envolvidas em luz e confiantes na proteção divina, tal como rezamos no Livro Sagrado: “O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção de minha vida; perante quem eu tremerei?” (cf. Sl 27,1). Já São João da Cruz, ao nos assegurar que “No entardecer da vida seremos julgados pelo amor”, nos propõe um exigente programa de vida, mas que seja destruída a montanha do egoísmo e seus frutos, nas palavras do Sucessor de Pedro, a respeito do machismo ao afirmar: “As vezes somos muito machistas e não deixamos espaço para as mulheres, mas a mulher é capaz de ver coisas com os olhos diferentes dos homens”.
Voz dos que não têm voz quer mostrar aos amigos leitores, que um Papa Francisco é desconcertante, quando afirma que o “Evangelho não condena os ricos, mas a idolatria da riqueza, aquela idolatria que os torne insensível ao grito dos pobres. Jesus disse que antes de oferecer a nossa oferta ao altar, devemos nos reconciliar com o nosso irmão para estar em paz com ele. Acredito que podemos, por analogia, estender esse pedido também ao nosso estar em paz com esses irmãos pobres”. Desconcertante, se olharmos para nossas celebridades midiáticas, ao anunciar um Evangelho, longe do profetismo, marcados por intimismo exacerbado e alienador, completamente diferente da missa para sete milhões de pessoas em Manila, desconcertante até mesmo para o Santo Padre, a ponto de se perguntar: “De onde esta gente tira tanta energia e são felizes e entusiasmadas, sobretudo, depois da incessante chuva que caiu o dia todo”, sem esquecer que Francisco ficou profundamente tocado e comovido com o calor humano, na alegria, fé e esperança impactantes da população daquele país. Igualmente a emoção invadiu seu coração, ao se encontrar com as pessoas que tinham sido atingidas pela tempestade tropical em Tacloban.
Desconcertante também nas palavras do professor Jardel Silveira da UFC: “Padre Geovane Saraiva segue firme semeando aos fiéis da Paróquia de Santo Afonso a mensagem diária do verdadeiro cristianismo, reforçando com amor solidário, enfatizado e vivenciado pelo Bispo de Roma ao longo desses dois anos de pontificado. O Papa Francisco tem demonstrado com atitudes concretas, seu amor e apreço pelos empobrecidos, os quais ocupam os últimos lugares na sociedade. E neste livro, com muita habilidade Padre Geovane destaca e esclarece à luz do Evangelho inúmeros gestos de amor do Santo Padre em favor da humanidade. Sonhar jamais foi proibido. O livro se constitui, por assim dizer: Voz dos que não têm voz, onde somos convidados a caminhar na direção do grande sonho de Santo Agostinho, na busca e visão antecipada da cidade celestial: “Dois amores fundaram duas cidades, a saber: O amor próprio, levado ao desprezo a Deus, a terrena e o amor a Deus, levado ao desprezo de si próprio, a celestial”. Aguarde-o!