Desde o dia dois de maio, Irmã Miria Kolling e Belchior Antonio estão em atividades missionárias na Diocese de Kyoto – Japão. A Diocese atinge hoje as comunidades de Tsu, Karasaki, Nagahama, Suzuka, Ueno, Hikone, Minakushi e Kusatsu, onde se concentra grande número de latino-americanos, sobretudo brasileiros. Ambos vieram a convite do Padre peruano Bruno Rojas, que há vinte anos acompanha os imigrantes estrangeiros, com especial dedicação aos brasileiros. Com total apoio de Dom Paulo Otsuka, bispo de Kyoto, a formação é voltada para a dimensão litúrgica e missionária.
O primeiro final de semana aconteceu em Karasaki, à beira do lago Biwako, o maior do Japão. Foi dedicado aos quarenta crismandos que receberão o sacramento da crisma no próximo dia oito de junho, festa de Pentecostes. Em algumas comunidades foram realizados encontros à noite; em outras, nos finais de semana, culminando sempre com a Celebração Eucarística. Percebe-se a necessidade de formação e orientação na vivência da Fé, bem como a sede do povo na busca de Deus em terra estranha, onde o cristianismo está praticamente ausente.
O povo japonês é extremamente educado, respeitoso, contemplativo e vive em perfeita harmonia com a natureza. Na relação com os outros, suas atitudes são sempre gentis e delicadas, a ponto de inclinar-se em sinal de acolhida e escuta. Predomina o budismo, com milhares de templos, espalhados pelo país, visitados pelo menos uma vez por ano. O solo é sagrado, daí os ritos de purificação antes de chegar ao templo central, construído em meio a uma natureza exuberante, florida, com rios de água atravessando os lindíssimos bosques de variados matizes verdes.
Não se entra no recinto sagrado com os calçados nos pés, que devem ficar do lado de fora… Este belo gesto, aliás muito bíblico, também é seguido nas residências, igrejas, casas de formação e até lugares públicos. Para nós, ocidentais e latinos, uma experiência estranha, mas que com o tempo se torna hábito e valor espiritual. Que aprendizagem para a Igreja e o povo de Deus!…
Inculturar-se exige despojamento e saída de si, para ir ao encontro do outro, anunciar o Evangelho e proclamar as maravilhas do Senhor. É o que buscamos fazer, com relação aos nossos irmãos que aqui vivem e trabalham, sofrem e lutam, buscando uma vida melhor. Na verdade, a Igreja católica japonesa está envelhecida, com poucos jovens e sem perspectiva de futuro. A presença dos católicos estrangeiros é motivo de alegria e esperança para a renovação da Igreja. Na diocese de Kyoto há um grande esforço em atender às necessidades dos brasileiros, que por sua vez são uma força significativa na vida da Igreja, mas sem a presença de um único padre do Brasil, o que dificulta a comunicação. Pe. Yanagimoto, sacerdote japonês, está aprendendo a língua portuguesa, só para atender e celebrar a Eucaristia em algumas comunidades… E Pe. Bruno chega a enfrentar mais de duzentos quilômetros, para atender uma das comunidades…Não estaria na hora de darmos de nossa pobreza, enviando padres brasileiros para a terra do sol nascente? O povo clama por isso!
Fonte: CatolicaNet
Local: Japão