TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA

    “E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (At 5,32)

            O Terceiro Domingo da Páscoa nos insere na temática da missão e do testemunho, daqueles que ouvem a voz de Deus e não temem em difundir a Boa Nova a todos e a quaisquer circunstâncias, mesmo em meio àqueles que censuram ou são indiferentes a Palavra de Deus, porém o brilho da Luz do Cristo Ressuscitado é muito maior que qualquer escuridão.

             O Evangelho de João (Jo 21,1-19), relata a terceira aparição de Jesus Cristo após a Ressurreição aos seus discípulos, onde esses tentaram retomar suas vidas antigas como pescadores. O cerne deste Evangelho é nos recordar que, uma vez chamado a Missão não há como retornar a vida do homem velho, pois a difusão do Boa Nova deve perpetuar a todo o mundo, afinal Jesus Cristo Ressuscitou viveu a Paixão para que a Salvação prevalecesse a todos.    Além disto, o diálogo de Jesus Cristo com Pedro, nos demonstra que conscientizar a grau do Amor é algo necessário para entender em que posição está e para onde deve ir, pois Jesus Cristo questiona Pedro sobre o Amor Ágape (Amor Incondicional), porém Pedro reconhece a sua limitação e responde a Jesus sobre o Amor Philia (Amor fraternal). Mas isto não se torna empecilho para ser discípulo-missionário, afinal os dons do Espírito Santo nos capacitam a vivenciar a missão e reconhecer a voz de Jesus Cristo que exclama “Segue-me”!

             A Primeira Leitura extraída dos Atos dos Apóstolos (At 5,27b-32.40b-41), relata o desdobrar da missão dos discípulos, onde como testemunhas da Ressurreição de Jesus Cristo, não deixam se esmorecerem àqueles que querem censurar a Boa Nova. “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (cf. At 5,29b-32).

             A Segunda Leitura dada do Livro do Apocalipse de São João (Ap 5,11-14), o autor sagrado ressalta a tamanha dignidade do Cordeiro imolado que trouxe a libertação definitiva a todos os homens, demonstrando a manifestação de toda a criação em louvor por Aquele “que une de novo o Céu e a Terra inteira” (Proclama da Páscoa). Portanto, Jesus Cristo é “o Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor” (cf. Ap 5,12).

             Que a Liturgia deste Terceiro Domingo da Páscoa nos reforce a vivenciar a missão, reconhecendo nossas limitações, porém em busca do Amor Ágape e da Vida Nova que Deus, através de Jesus Cristo, nos inseriu através da Cruz e da Ressurreição. E que possamos exclamar a todo momento: “Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes” (Sl 29,2a).

     

    Saudações em Cristo Ressuscitado! Aleluia!

     

    + Eurico dos Santos Veloso

    Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG

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