Iniciamos a Semana Santa. Logo de manhã hoje tive a alegria de benzer os ramos e celebrar a Santa Eucaristia e lembrar que a solenidade de hoje é feita de dois momentos: o primeiro de alegria em que os judeus levantavam os ramos de oliveira e saudavam a Jesus, esse foi o seu triunfo.
Mais o segundo momento é dramático: é a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi graças a um beijo de Judas, que vendeu o Messias por trinta moedas de prata, o Redentor, tendo recebido as cusparadas, que Jesus foi levado diante de Pôncio Pilatos. O Governador Romano, surpreendido pela reprimenda de sua mulher, que não queria que Jesus fosse condenado, num ritual de demonstrar que Aquele Homem era um INOCENTE, lavou as suas mãos diante dos sumos sacerdotes e da multidão que preferiu que o “sangue deste homem fosse derramado sobre eles e sobre os seus descendentes”.
O sofrimento da paixão de Jesus encerra todo o amor de Deus, do pecado do homem, da salvação que Jesus nos mereceu. Na cena da paixão todo o mal que se faz sobre a terra de certa forma é condensado naqueles trágicos momentos, na violência, na mentira, na inveja, na traição do discípulo, da sede de poder, e aqui se inclui o poder sacerdotal de ontem e de hoje, de mando, de destruição, de invídia, a vileza, a adulação aos poderosos e sonegadores de impostos, a maldade, o ódio, o desprezo da dignidade humana, as insinuações, e tudo o que é expressão da maldade humana e da inveja que levaram Jesus para o Calvário e que continuam se repetindo nesta sociedade que perdeu o sentido de Deus e do pecado.
Muitos que aclamarão Jesus foram os mesmos que gritaram posteriormente: Crucifica-o, crucifica-o!
O medo e o pecado de Pedro e Judas se sucedem ainda hoje em nossas caminhadas. O amor de Deus manifestado na Cruz é a nossa salvação. Vamos viver esta Semana Santa sem fingimentos. Vamos acabar com as situações de rir na frente e atacar por detrás. Vamos parar de querer ser o centro do mundo. Vamos obedecer antes a Deus do que aos falsos ídolos e autoridades que se impõem somente pelo paramento ou pela violência do arbítrio, para esconder os seus pecados.
Tenhamos somente, todos, os sentimentos de Cristo para podermos subir com Ele o Calvário e Ressuscitar na Vigília Pascal.