Na manhã de quinta-feira, 7 de novembro, um jovem invadiu uma escola em Caraí (MG) e atirou contra os estudantes, ferindo dois adolescentes, em um ataque que chocou a comunidade local; diante do ocorrido, o pároco local exortou a população a manter “fé e confiança em Deus”.
O ataque aconteceu na Escola Estadual Orlando Tavares, localizada no distrito de Ponto do Marambaia, zona rural de Caraí. O jovem de 17 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio, não compareceu à aula pela manhã, porém, por volta das 8h, ele pulou o muro da instituição de ensino portando uma garrucha de dois canos, um facão e uma réplica de pistola.
O rapaz teria iniciado os ataques em uma das salas de aula, queimando as mochilas de alunos do 2º ano, os quais estavam em atividade de educação física. Em seguida, tentou entrar em uma sala do 1º ano. Entretanto, a porta estava fechada e uma professora e dois alunos impediram que ele entrasse, segurando a porta.
O jovem, então, atirou contra a porta, atingindo dois estudantes, um no pescoço e outro no braço. Os feridos foram encaminhados para o Hospital Nossa Senhora Mãe da Igreja, em Padre Paraíso (MG). Um deles já foi liberado e o outro precisou de transfusão de sangue e foi transferido para hospital em Teófilo Otoni.
Após o crime, o jovem foi para casa, onde o irmão o convenceu a esperar pela polícia e se entregar. Segundo a Polícia Militar, o ataque seria motivado porque uma adolescente teria se recusado a namorar o rapaz.
A escola onde aconteceu o ataque está localizada no território paroquial da Paróquia São Miguel Arcanjo, em Catuji (MG). O pároco, Pe. João Lucas Barbosa Alves, ss.cc., recordou que recebeu a notícia por meio de um grupo de aplicativo de mensagens por volt das 9h.
“Estava no momento do atendimento paroquial”, contou, acrescentando que quando “vi a foto do jovem caído no chão, todo ensanguentando, bateu-me um desespero e logo entrei em contato com alguns paroquianos que são da mesma localidade do atentado e enviei áudios e mensagens, perguntando como eles estavam”.
De acordo com o sacerdote, que é membro da Congregação Sagrados Corações, todos ficaram em choque com o ocorrido. “Foi uma manhã de movimento fora do costume” na Paróquia, pois muitos “entravam em contato comigo para saber de algo”.
À tarde, Pe. João Lucas entrou em contato com os diretores do colégio e conversou por aplicativo de mensagens com eles, os quais estavam indo para a delegacia prestar depoimentos.
Diante desse fato, o sacerdote assinalou à ACI Digital que a Igreja “está aos jovens que sofreram o atentado e às suas famílias. Estaremos dando apoio espiritual ou de algo que eles precisarão para enfrentar esse momento”.
No próximo sábado pela manhã, Pe. João Lucas contou que terá a reunião mensal com os coordenadores das 45 comunidades da Paróquia e, na ocasião, farão “um momento oração pela comunidade do Ponto do Marambaia”.
Além disso, no domingo, às 9h, celebrará a Eucaristia na comunidade do Ponto Marambaia, “pedindo pela paz para a comunidade e pela rede escolar. O convite é extenso a todos”.
Por fim, o sacerdote deixou uma mensagem “para as famílias, os moradores, fiéis do Ponto do Marambaia e toda a comunidade paroquial de São Miguel Arcanjo”, para “que tenhamos fé e confiança em Deus”.
“Sabemos que esse momento não está sendo fácil para alguns, é momento de dor, de revolta, de medo, de insegurança. Não deixemos que isso roube a paz e esperança que cada um traz dentro de si. Também quero lembrar que não devemos querer pagar o mal com o mal. Lembro um trecho do Evangelho do último domingo: ‘Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão filhos de Deus’”, concluiu.