Domingos Pinto – Lisboa
“É um apelo de proximidade aos trabalhadores, aos militantes da Liga Operária Católica”.
É deste forma que Américo Oliveira sublinha ao portal da Santa Sé a sua eleição para coordenador nacional da Liga Operária Católica/ Movimento de Trabalhadores Cristãos, que realizou nos dias 8 e 9 de junho em Fátima o seu XVII Congresso Nacional centrado no tema “Dignificar o Trabalho na Era Digital”.
Uma grande preocupação “com a robótica que vai substituindo o trabalhador”, diz Américo Oliveira que considera que é preciso “encarar este desafio de frente e tentar encontrar respostas para os problemas que nos venham a colocar”.
“É necessário prevermos uma transição justa, quer dizer, nós sabemos que há coisas que vão mudar, mas temos de ter em conta os trabalhadores e não serem sempre os mesmos a pagar pelas dificuldades que estas situações nos vêm causar”, diz aquele responsável.
Em relação a Portugal, Américo Oliveira sublinha como positiva a descida do desemprego, mas sublinha que “os empregos que se conseguem têm muito de precariedade, têm muito de irregularidade, têm muito de salários baixos, têm muito de horários incomportáveis e pouco amigos da família”.
Neste contexto, o coordenador nacional da LOC diz que “há muita gente que não tem o suficiente para levar uma vida digna com as suas famílias, apesar de trabalharem e terem um salário”.
“É necessário ampliar este alerta, porque, como diz o Papa Francisco, sem trabalho para todos não haverá dignidade”, refere o dirigente máximo da LOC que se afirma “fã incondicional do Papa Francisco”.
“Ele tem uma predileção pelo mundo do trabalho, e isso engrandece-nos muito. Há que pôr toda a gente a contribuir para esta igreja nova, mais próxima das pessoas, sem proselitismos, mas com muito testemunho”, conclui Américo Oliveira que aponta como prioridades para o seu mandato “ o rejuvenescimento do movimento, proporcionar formação àqueles que aninam grupos e coordenam dioceses, e dinamizar o trabalho pelas várias localidades do país”.