Somos povo de Deus

    Às vezes, de tanto caminhar e trabalhar dias a fio, nós nos esquecemos de que fomos escolhidos como porta-estandartes de uma bandeira que não é apenas nossa, mas de toda a humanidade. Em Cristo Jesus Ressuscitado, somos todos sacerdotes que oferecemos a Deus o sacrifício espiritual que traz a salvação ao mundo. É desta forma que construímos o Reino de Deus porque os sacrifícios que oferecemos não são como os da Antiga Aliança – holocaustos de carneiros e touros – mas a entrega das nossas vidas ao serviço do Reino de Deus, visto que estamos comprometidos em formar já aqui a família de Deus onde reina a verdade, o amor e a justiça.
    Isso é o que nós, cristãos, somos pelo nosso Batismo. O desafio está em chegar a ser, na vida real, aquilo que já somos na presença de Deus.  Nosso chamado consiste em levar à prática diária esse amor com o qual Deus nos amou em Jesus e nos transformou em povo eleito e nação consagrada. Para alcançarmos nosso objetivo, o evangelho do quinto domingo da Páscoa(cf. Jo 14,1-12) nos mostra o caminho: o mesmo que Jesus disse a respeito de si mesmo, que Ele era “o Caminho, a Verdade e a Vida”(cf. Jo 14,6).  Os apóstolos custaram a compreender que seguir Jesus era muito mais importante que aprender algumas verdades, que não se tratava de teologia, mas de se encontrarem com Jesus e permitir que este fosse o guia que os levaria até o Reino do Pai. Não havia outro caminho a não ser seguir suas pegadas. Hoje, devemos dizer o mesmo: seguir os passos de Jesus, comportarmo-nos como Ele, amando nossos irmãos, até dar-lhes tudo, como Ele fez.
    Fazer isso na vida diária nem sempre é fácil. Hoje enfrentamos problemas e situações que não têm nada a ver com as enfrentadas por Jesus ou os apóstolos.  Mas esse é justamente o nosso desafio: encontrar soluções criativas, de acordo com o Reino, para os problemas que surgem. Tal como fizeram os apóstolos na Igreja primitiva, ao perceberem que um grupo da comunidade, as viúvas dos gregos, não recebia a atenção merecida. Solucionaram imediatamente o problema, criando um grupo que deveria atendê-las: os diáconos. Desta forma, devemos seguir Jesus, ou seja, oferecendo soluções aos problemas com os quais nos deparamos. Perguntando sempre: o que Jesus faria em situação como esta? E deixarmo-nos levar pelo Espírito até que encontremos as formas e os modos concretos que nos levem a expressar da maneira mais eficaz possível o amor pelos irmãos, especialmente pelos mais necessitados.

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