Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

    “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43)

    Irmãos e irmãs, celebramos nesse domingo, dia 20 de novembro, a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo e, com a celebração dessa solenidade, encerramos esse ano litúrgico. Diferente do ano civil, para a Igreja o ano termina sempre com a celebração dessa solenidade e o novo ano litúrgico inicia-se com a celebração do primeiro domingo do Advento.

    O centro do ano litúrgico é a Páscoa. Cristo está sempre no centro da vida da Igreja e durante todo o ano Ele nos acompanha com a sua presença salvadora. O ano litúrgico inicia com a celebração do Advento, após a celebração do Batismo do Senhor. O calendário litúrgico propõe a primeira parte do tempo comum. A partir da Quarta-Feira de Cinzas, inicia o tempo quaresmal e, posteriormente, o tempo pascal. Após a solenidade de Pentecostes, retoma o tempo comum que perdura até a solenidade de Cristo Rei que celebramos hoje.

    O tempo comum é composto de 34 semanas. Durante esse tempo, predomina a cor litúrgica verde, que significa a esperança. A esperança que devemos nutrir em nosso coração durante esse tempo é na vinda do reino de Deus. Somos convidados a vivenciar o reino de Deus aqui na terra e contemplá-lo de maneira definitiva no céu.

    Ao celebrarmos a Solenidade de Cristo Rei, louvamos o Senhor por reinar sobre nós e interceder em nossas necessidades. Agradecemos a Deus, porque o reinado de Jesus é um reinado diferente, ou seja, não é um rei rico e poderoso que usa coroa de ouro, vive em palácio etc. O reinado de Jesus é o da humildade, da pobreza e da obediência e Ele nos ensina a sermos da mesma forma, tratando os outros com respeito. Que possamos acolher o Cristo Rei em nossas vidas e aprender com Ele a humildade, a justiça e a caridade. E, ainda, permaneçamos fiéis no seu seguimento e não o abandonemos na primeira dificuldade.

    Hoje, acontece a abertura do terceiro Ano Vocacional do Brasil, com o tema “Vocação, Graça e Paz” e com o lema: “Corações ardentes, pés a caminho”. Que muitos jovens possam se sentir atraídos pelo chamado do Senhor e que a vinha do Senhor tenha muitos operários. Recordamos nessa celebração o Dia do Leigo, ou seja, todos os batizados que contribuem para a construção do Reino de Deus.

    A primeira leitura da missa desse domingo é do segundo livro de Samuel (2Sm 5, 1-3). Essa leitura relata a unção de Davi como Rei de Israel. Essa leitura vai ao encontro do Evangelho de hoje, pois Jesus é da descendência de Davi e, após Davi, Jesus dá continuidade no reinado. Davi foi escolhido por Deus para ser ungido Rei, da mesma forma que Ele escolheu Jesus. O Senhor esperava que Davi fosse conseguir reunir todos os filhos de Deus num único propósito, serem fiéis ao Senhor que os libertou do Egito e da escravidão. Mas nem todo o povo escutou Davi e se rebelou contra Ele, até mesmo com Jesus nem todo o povo o escutou, tanto que terminou crucificado. A diferença entre Davi e Jesus, é que Davi mesmo acabou não sendo o Rei fiel que Deus esperava e Jesus, é claro, foi fiel a Deus.

    O salmo responsorial é o 121 (122), que diz em seu refrão: “Quanta alegria e felicidade: vamos a casa do Senhor”. É na casa do Senhor que encontramos a felicidade plena, é para lá que Jesus nos conduz. Durante o tempo comum, acompanhamos Jesus subindo para Jerusalém e com a celebração de hoje, Ele entra na cidade Santa, esperamos ao final da nossa vida adentrarmos triunfalmente na Jerusalém celeste.

    A segunda leitura da missa desse domingo é da carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 1, 12-20). Paulo exorta a comunidade e nós hoje para sermos sempre gratos ao Senhor, que nos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. Ao sermos batizados, pertencemos a Deus, abandonamos as trevas e adentramos na luz eterna. Cristo é a cabeça da Igreja que é seu corpo, nós somos os membros e devemos sempre estar unidos à cabeça que é Cristo. Por meio da morte na cruz, Ele reconciliou toda a humanidade a Deus Pai.

    O evangelho desse domingo é de Lucas (Lc 23, 35-43). Esse trecho de Lucas retrata o momento em que Jesus está pregado na cruz, e os chefes do povo começaram a zombar dele, dizendo que a outros salvou e não pode salvar-se a si mesmo. O que chama a atenção nesse evangelho é o letreiro colocado sobre a cabeça de Jesus: “Este é o rei dos judeus”.

     Só que Jesus não é somente “rei dos judeus”, mas, é rei de todos nós. É isso que os doutores da lei e chefes do povo não entendiam. Ele é rei de todos e veio dar a sua vida em resgate de muitos. O reinado de Jesus era um reinado diferente, ou seja, não era um reinado voltado para o poder, para o ter, mas era um reinado humilde e ia na contramão daquilo que a sociedade da época pensava. Jesus não foi morto por se considerar rei ou não, mas foi morto na cruz por pregar o amor ao próximo.

    Como seguidores de Jesus, seus discípulos e missionários, nós temos que pregar o amor ao próximo e a inclusão. Um dos crucificados junto com Jesus o insultava dizendo que se de fato Ele fosse o Cristo, salvaria Ele mesmo e os outros crucificados com ele. E, de fato, Jesus se salvaria e salvaria todos eles, garantindo a eles a vida eterna.

    Celebremos com alegria essa solenidade de Cristo Rei do Universo e peçamos que Ele reine em nossas vidas e nos salve, garantindo a todos nós a vida eterna. Construamos o Reino de Deus aqui na terra, para contemplá-lo de maneira definitiva no céu. Deixemos que Ele entre em nossa casa e em nossa vida e mude a nossa história. Que possamos compreender que o reinado de Jesus é um reinado diferente dos outros reis.

    Sejamos sal na terra e luz no mundo, anunciando entre os irmãos a palavra de Deus. Que o Espírito Santo nos ajude. Amém.

     

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here