Cidade do Vaticano
“Um evento que pode ser significativo e, talvez, decisivo para a presença dos jovens na Igreja.” O fundador da Comunidade monástica de Bose, Enzo Bianchi, define desse modo o Sínodo dos Bispos na edição de outubro da revista mensal “Vida pastoral”. O Sínodo se realizará no Vaticano de 3 a 28 de outubro.
Abrir-lhes caminhos que os tornem sujeitos eclesiais
“Tendo havido uma consulta aos jovens em muitas Igrejas locais, a escuta deles será possível se os trabalhos sinodais se realizarem de forma ordenada, de modo a conseguir identificar como as Igrejas regionais podem responder às expectativas dos jovens e abrir-lhes caminhos que os tornem sujeitos eclesiais, protagonistas na vida cristã”, ressalta.
Enzo Bianchi, que participará do encontro sinodal, faz votos de que “a organização dos pronunciamentos leve em consideração o Instrumentum laboris (Instrumento de Trabalho) e a ‘regionalidade’ das propostas”. A convicção amadurecida a partir da escuta dos numerosos jovens é de que “as novas gerações não estão perdidas para a fé cristã, mas são muito exigentes em sua busca”.
Os jovens não querem ser adulados nem paparicados
O fundador da Comunidade monástica de Bose ressalta também que os jovens “temem uma certa retórica da Igreja em relação a eles: chamá-los de modo obsessivo de ‘futuro da Igreja’ ou ‘sentinelas do amanhã’ não é suficiente para integrá-los”.
“Eles querem ser reconhecidos pela Igreja já hoje, ser o presente da Igreja. Querem sentir-se sujeitos eclesiais já hoje.” E ainda: “É preciso dizer também que os jovens não querem ser adulados, paparicados por cristãos adultos: querem simplesmente ser levados a sério. Anseiam que se mostre confiança neles, ajudando em sua busca sem ter a pretensão de conduzi-la”.