SÉRIE DE ATIVIDADES PARA ANIMAR A VIDA MISSIONÁRIA DA IGREJA NO BRASIL ACONTECERAM EM BRASÍLIA DESDE O DIA 21 DE MARÇO

A Comissão Episcopal para Ação Missionária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou entre os dias 21 e 23 de março, em Brasília (DF), a primeira reunião presencial do Grupo de Trabalho (GT) Igrejas Irmãs. O grupo, formado por religiosos e sacerdotes, só se reuniu de forma remota até então devido a pandemia da covid-19.

O GT foi criado para revisar e atualizar todo o material e perspectivas do Projeto Igrejas Irmãs, fundado em 1972 e que tem sido desenvolvido até hoje. Até então, o objetivo do projeto foi partilhar a fé, os dons da graça, as experiências pastorais, pessoas e recursos financeiros como gestos de caridade cristã para com as Igrejas da Amazônia. A partir do trabalho do GT, a proposta é que o projeto se torne um programa com amplitude nacional de atuação para além da Igreja na Amazônia e possa atender todas as dioceses do Brasil.

Foto: Luiz Lopes/CNBB

Padre Tiago Ávila Camargo, da arquidiocese de Porto Alegre (RS), é um dos membros do GT Igrejas-Irmãs. Desde o final de janeiro de 2022, ele é missionário na diocese de Xingu-Altamira. “Está sendo uma experiência muito enriquecedora. Realmente é um contato com uma outra cultura e essa troca de experiência vai nos abrindo horizontes de compreensão da missão da Igreja”, disse.

O sacerdote explica que o trabalho no GT está bem adiantado. Eles estão elaborando os últimos pontos do novo programa que visa não somente o envio de pessoas, às vezes de recursos financeiros e materiais, mas também de formação, seja para os presbíteros seja para agentes nas de animação pastoral nas comunidades.

“A partir desta formatação do programa, nós queremos dar início a parte da elaboração de subsídios, de materiais que possam ajudar as dioceses a entender e acolher melhor programa, assim como os próprios organismos a assumirem esse programa e também articulá-lo dentro das realidades de cada regional”, destaca.

Irmã Dirce Gomes da Silva, da Congregação das Irmãs de Cristo Pastor, da diocese de Umuarama (PR), também é membro do GT. Ela explica que a elaboração do programa vai trazer uma direção mais clara para as dioceses que desejam fazer parte do Programa Igrejas Irmãs. “Durante esses dias nós conseguimos fechar a justificativa, o referencial teórico, bíblico-teológico e encaminhamentos de como o programa Igrejas Irmãs pode ser implantado e desenvolvido nas dioceses”, disse.

Foto: Luiz Lopes/CNBB

Irmã Dirce participou do projeto por 2 anos. Em 2010, a diocese de Umuarama (PR) adotou a diocese de Humaitá (AM) e ela foi trabalhar com os indígenas Mundurucus. A religiosa atuou na paróquia São Sebastião de Apuí.

“Foi uma experiência de proximidade, de estar junto, de contribuição, de colaboração. Um deles também foi enviado para diocese de Umuarama, então foi uma experiência de avivamento missionário, de estar junto com o povo, de poder estar contribuindo, cooperando com aquela igreja irmã”, relatou.

A proposta do programa atende as diretrizes Programa Missionário Nacional (PMN), aprovado na 57ª Assembleia Geral da CNBB, em 2019, de revitalizar as iniciativas missionárias e apontar caminhos para uma Igreja em saída. Dentre as principais prioridades de ação do programa, destacam-se os desafios de concretizar em cada regional da CNBB um projeto missionário Ad Gentes além-fronteiras e em cada Igreja local uma Igreja Irmã.

“Acho que o programa de alguma forma, contribui para esse movimento de saída em que os agentes missionários sejam padres, seminaristas, religiosos, até leigos – têm dioceses que enviam leigos para esses intercâmbio missionário. É um passo de saída, já é um movimento de saída, já é um movimento de romper essas fronteiras”, aponta padre Tiago.

Além do padre Tiago e da Irmã Dirce, o GT Igrejas Irmãs é formado por pela Irmã Maria de Fátima Kapp, padre Isaías Daniel e pela assessora da comissão para ação missionária, Irmã Sandra Regina Amado.

Encontro dos Bispos Referenciais

E os trabalhos da Comissão para Ação Missionária da CNBB não pararam. Ainda nos dias 23 e 24 de março, aconteceu o encontro dos bispos referenciais das Comissões Missionárias nos regionais da CNBB. Ao todo, 11 bispos referenciais estiveram presentes para partilhar as experiências.

Foto: Fabrício Preto/POM

No encontro, o grupo refletiu e partilhou sobre as ações e atividades missionárias nos seus regionais e Igrejas locais neste último quadriênio (2019-2023). Umas das constatações, é a de que, apesar dos desafios concretos da pastoral de manutenção, há muita criatividade e ardor missionário na circulação da vida da Igreja no Brasil.

Os bispos discutiram também os indicativos para a continuidade do PMN para o próximo quadriênio e falaram sobre o futuro da Comissão para a Ação Missionária com a eleição do novo presidente e articulação para a construção de uma nova comissão para o próximo quadriênio.

Assembleia do Conselho Missionário Nacional

De 24 a 26 de março, aconteceu a 38° Assembleia Ordinária do Conselho Missionário Nacional (COMINA). O encontro fez memória ao testemunho dos mártires da caminhada como São Óscar Romero, grande mártir da América Latina.

Durante a assembleia, o grupo avaliou o desenvolvimento e os avanços do Programa Missionário Nacional (PMN), assim como, os encaminhamentos para 5° Congresso Missionário Nacional (5°CMN), que vai acontecer de 10 a 15 de novembro, na arquidiocese de Manaus (AM).

O bispo de Chapecó (SC) e presidente da comissão e do Comina, dom Odelir José Magri, ressaltou a importância dos trabalhos desenvolvidos pelos regionais na implementação do Programa Missionário Nacional. A assessora da Comissão, irmã Sandra Regina Amado, destacou a vivacidade do PMN e também a atuação das lideranças dos regionais diante do contexto de pandemia. Seguindo a religiosa, estes seguiram animando e vivenciando a missão, mesmo que virtualmente, o que favoreceu o crescimento dos laços que aviam a caminhada missionária.

Outro aspecto que merece destaque foi a apresentação do contexto e da realidade da arquidiocese de Manaus, Igreja que  acolherá cerca de 800 missionários e missionárias de fora da arquidiocese em novembro durante o 5°CMN e na semana missionária que antecederá o Congresso. Padre Gutemberg Gonsalves demonstrou um pouco da situação atual de alguns locais que sofrem com as cheias dos rios e os desafios com relação a violência infligida pelo tráfico dentro das comunidades.

É importante dizer que este cenário não apaga o brilho e a beleza da ação missionária da Igreja que atua fortemente e dá testemunho de Jesus Cristo diante de tantos desafios. É neste sentido que a recordação do testemunho dos mártires da caminha ajuda a trazer luzes para fortalecimento das ações missionárias nos territórios de maior desafio social, eclesial e cultural.

“Não podemos desanimar diante desses desafios, dessas problemáticas; é com fé e confiança em Deus que podemos vencer e continuar caminhando! Os mártires nos dão a inspiração necessária para seguir confiando”, destacou dom Altevir José, bispo da diocese de Tefé-AM e membro da Comissão Nacional para animação missionária da CNBB.

Por fim destaca-se a acolhida das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e de todos os presentes, à irmã Regina da Costa Pedro, missionaria do PIME, como diretora da instituição para o próximo quinquênio. Irmã Regina celebrou esse momento com a presença de alguns familiares e da representante da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Elizabete Rodrigues, que a abençoou de modo especial durante a celebração de envio.

Colaboração de texto e fotos: Renan Rosário - COMIRE Norte 2

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