Nesta 27a. Semana do Tempo Comum a mim parece oportuno o grito de Habacuc, que é o grito de muitas pessoas, que como eu, vêem triunfar as nulidades, os “carreiristas”, aqueles que querem pisar no outro, para ofuscar a sua insignificância, observamos o Profeta perguntar até quando vencerá a injustiça? Até quando vencerá o mal? Até quando vencerá os que, debaixo de um sorriso maledicente, apunhalam o próprio irmão?
Por isso rezamos o Sl 85,3-4. 5-6. 9-10: “Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão”. “Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma”.
Com o profeta Habacuc quero rezar nesta semana: “Senhor, até quando clamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: ‘Violência!’, sem me socorreres? Por que me fazes ver iniqüidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia”.
Quando o Papa Francisco, na audiência geral desta quarta-feira, dia 09 de outubro, explicou, com muita unção o que é o significado da palavra “Igreja Católica”, quando ele mesmo diz: “Confessamos que a Igreja é católica, primeiro porque a todos oferece a fé na sua integridade. Nela está presente Jesus Cristo, que lhe dá a verdadeira confissão de fé, a plenitude da vida sacramental, a autenticidade do ministério ordenado. Na Igreja, como sucede numa família, encontramos tudo o que nos permite crescer, amadurecer e viver como cristãos”. “Por fim, a Igreja é católica, porque nela se conjugam numa grande riqueza unidade e diversidade; como numa orquestra, onde a variedade dos instrumentos não os contrapõe, assim na Igreja, há uma variedade que se deixa harmoniosamente fundir na unidade pelo Espírito Santo”.
Compartilho com os meus leitores esta palavra sábia do Papa Francisco, porque aqueles que fazem parte da Igreja precisam aprender a perdoar. A começar pelos ministros ordenados, particularmente pelos bispos, devem perder a “prepotência de príncipes” e aceitar aqueles padres e leigos que pensam diferente do bispo de “plantão”, porque mesmo o bispo diocesano passa e os leigos e o clero permanece.
Perdoar e ser perdoado requer de cada um de nós, católicos, três elementos fundamentais: amor, paciência e perdão. Ninguém pode dizer que Cristo sabe que esta pessoa o ama se ela não exercita o perdão e acolhida do diferente. Só os psicopatas falam que amam a Cristo, mas não amam o seu irmão, ao contrário, fazem de tudo para destruí-los.
Sejamos ministros e portadores do amor, da paciência e do perdão, para sermos também perdoados por Deus.