Seis santos com um caráter bem temperado, mas muito inspiradores!

As estátuas de santos plácidos e serenos podem sugerir que a santidade só pode nascer de uma submissão dócil a toda injustiça. Certamente, a doçura e a discrição são qualidades essenciais para a santidade, mas também há muitos santos que recusaram tratamentos injustos com força e vigor. Se você precisa de coragem para liderar as lutas necessárias para sua vida, ou modelos para ajudá-lo a controlar sua raiva, esses santos de caráter forte são os intercessores que você precisa.

Santa Eulalia de Mérida (292-304), uma menina de 12 anos, ficou indignada com a perseguição aos cristãos. Apesar das tentativas de seus pais de impedi-lo de confrontar as autoridades, Eulalie foge para a cidade. Lá ela repreende o juiz e seus soldados por sua idolatria e as provações que infligem aos cristãos, gritando: “Desagrarado! Vou pisar seus deuses nos pés! ” Ela então cospe na cara do juiz e chuta os ídolos dos perseguidores. Ela é martirizada por sua explosão de raiva.

Santa Eutropia de Reims (†451), irmã de São Nicásia, bispo de Reims, testemunha a prisão e depois o martírio deste último. Longe de permanecer calma e passiva, Eutropia se defende com fogo: ela ataca o assassino de seu irmão, chutando-o e socando-o, e chegando ao ponto de arrancar seus olhos. É executado imediatamente.

Santa Madalena Yi Yong-dok (1811-1839) nasceu em uma família coreana pobre, filha de uma mãe católica e um pai ferozmente contrário à fé. Quando este último tenta forçá-la a casar com um não cristão, ela se esforça para escapar disso. Diante da intransigência paterna, ela finge a doença, depois chega a escrever uma carta para seu pai com seu próprio sangue, mas em vão. Ela então pede conselhos ao bispo, que a aconselhou a suportar a situação, mas, incapaz de suportar, ela acabou fugindo para Seul. O bispo insiste que ela volte para casa, mas Madeleine, não estando ligada por nenhum voto de obediência, se recusa. Ela então viveu uma vida pacífica longe de seu pai até sua prisão e seu martírio.

São Matias Mulumba Kalemba (1836-1886) foi um dos maiores mártires de Uganda. Evangelizador zeloso, ele percorreu até 160 quilômetros a pé para chegar aos três centros de missão que havia fundado. Durante a perseguição em Uganda, ele foi preso e forçado a caminhar até o local de execução com os outros mártires. Kalemba se recusa claramente: “Eu não vou mais longe! De que adianta me levar para Namugongo? Me mate aqui!” Seus assassinos fizeram isso e o martirizaram em sofrimentos atrozes.

São Brice (370-444) era conhecido por seu temperamento arrebatado e seus ataques de raiva. Jovem monge, ele era incapaz de controlar sua violência e seus acessos de raiva, testando a paciência infinita de seu bispo, São Martinho. Apesar das provocações, Martin nunca o repreende com raiva, mas com gentileza, a ponto de perdoar seus comportamentos mais odiosos. Diante dessa constância, Brice finalmente percebeu seus erros e se arrependeu. Ele aprende a se controlar mais e a cultivar a gentileza e a paciência. Sua transformação foi tal que ele sucedeu Martin como bispo de Tours.

São Francisco de Sales (1567-1622), doutor da Igreja, é conhecido por sua gentileza e paciência exemplares. No entanto, ele era animado por natureza e rápido para a raiva. Diz-se, por exemplo, que em resposta aos insultos, ele fervilhava internamente com violência contida e desejo de vingança. Ele conseguiu não responder, mas dizem que, sob sua mesa, seus pés estavam tão pisando que poderiam ter cavado o chão. Com a graça de Deus, ele aprendeu a se controlar e se tornou um modelo de paciência e doçura. Ele até escreveu uma oração para recuperar a paz interior quando a raiva se faz sentir.