São Lourenço, diácono

    Celebramos, no próximo dia 10 de agosto, a memória litúrgica de São Lourenço, patrono dos diáconos. O mês de agosto é um mês especial para a Igreja, pois é o mês vocacional. Em cada final de semana, recordamos uma vocação específica. No primeiro, recordamos a vocação ao ministério ordenado: diáconos, padres e bispos; no segundo, a vocação à paternidade e à família. No terceiro final de semana, a vocação à vida religiosa e consagrada e, no quarto domingo, a vocação aos ministérios e serviços dos leigos na comunidade e no último domingo o dia nacional do  catequista.

    Dentro da perspectiva do mês vocacional, foi escolhido o dia 10 de agosto como o Dia do Diácono, do mesmo modo que no dia 4 de agosto é o Dia do Padre. Rezemos nesse dia por todos os diáconos para que perseverem em seu chamado e continuem servindo a Igreja com alegria. O diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem, os diáconos têm uma importância muito grande nas dioceses pois sinalizam a diaconia ou serviço da igreja, assistem os matrimônios, visitam os enfermos, coordenam pastorais, realizam celebrações da Palavra, preparam a mesa do altar, dentre outras coisas, sobretudo, a caridade e a assistência fraterna.

    Existem os diáconos chamados de permanentes. Existem aqueles que são ordenados diáconos destinados ao sacerdócio, permanecem com esse carisma a vida inteira, porém depois de seis meses a um ano recebem o segundo grau da ordem, que é o presbiterado. Os diáconos permanentes são homens casados, que recebem somente o primeiro grau da ordem para ajudar em suas comunidades. Para ser um diácono permanente é necessário ter 40 anos ou mais, no mínimo 10 anos de casamento e ter o consentimento da família.

    Nos últimos anos, têm aumentado bastante o número de vocações ao diaconato permanente, isso é muito bom, pois são de grande importância para as nossas dioceses.  É necessário que as esposas autorizem os maridos para seguirem em frente na vocação ao diaconato permanente se desejarem, pois além de ser uma grande benção para a Igreja, também é para a família. Rezemos para que nunca faltem os diáconos permanentes, pois em muitas paróquias eles são o braço direito do padre. Rezemos, ainda, por todos os diáconos “transitórios”, para que perseverem em seu chamado e possam ser bons e santos padres no futuro.

    A ordenação diaconal é mencionada desde o início da Igreja primitiva, conforme o livro de Atos dos Apóstolos (At 6, 1-7): “Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária. Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: “Não é razoável que abandonemos a Palavra de Deus, para administrar. Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste ofício. Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra”. Esse parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia”.

             Observamos, nesse trecho do livro dos Atos dos Apóstolos, a necessidade que surgiu de que os discípulos escolhessem alguns homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo, sabedoria e fé, que se dedicassem ao anúncio da Palavra de Deus. A partir da eleição e escolha dos sete homens, acontece o que conhecemos hoje como ordenação diaconal. O mesmo acontece nos dias de hoje. A Igreja tem a necessidade de ordenar diáconos para a missão do serviço e para o anúncio da Palavra de Deus e é preciso escolher homens íntegros e de fé. Aqueles que são ordenados recebem a unção do Espírito Santo, por meio da oração consecratória e, a partir de então, serão chamados a viverem segundo o dom do Espírito Santo.

             Os diáconos, em nenhum momento, querem ou devem ocupar o lugar do sacerdote, cada um tem a sua função específica. Os padres consagram a Santa Eucaristia, atendem as confissões, ministram a unção dos enfermos, dentre outras coisas. Os diáconos levam a comunhão aos enfermos, assistem aos matrimônios e celebram a Palavra de Deus, além da distribuição da caridade que é essencial em sua missão. Rezemos por todos os padres e diáconos para que perseverem em sua missão. Quem nunca faltem homens interessados em abraçar a vocação ao ministério ordenado.

             São Lourenço, padroeiro dos diáconos, nasceu na Espanha, na primeira metade do século II. Segundo conta a tradição, São Lourenço era muito amigo do Papa Sisto II, que lhe conferiu a função de arquidiácono. Ele administrativa os bens e as ofertas para ajudar os pobres, órfãos e viúvas, seguindo o exemplo dos sete homens escolhidos pelos apóstolos.

    No ano 258 d.C., foi publicado um decreto do imperador Valeriano, em que ordenava que todos os bispos, presbíteros e diáconos deveriam ser condenados à morte. Lourenço, alguns diáconos e o Papa Sisto II foram presos. O pontífice foi martirizado no dia 6 de agosto. O imperador poupou a vida de Lourenço pedindo que lhe entregasse os tesouros da Igreja. Ele reuniu órfãos, cegos, coxos, viúvas e idosos e os apresentou ao imperador dizendo: “Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem e podem ser encontrados em toda parte”.

    No dia 10 de agosto, aconteceu o martírio de São Lourenço, ele foi queimado em uma grelha. Após a sua morte, o corpo de São Lourenço foi deposto em uma sepultura na via Tiburtina. No lugar de seu martírio, foi construída uma Igreja dedicada a São Lourenço.

    Celebremos a memória litúrgica de São Lourenço, rezemos para que nunca faltem diáconos para bem servir o povo de Deus. Que o Espírito Santo continue suscitando homens cheios de fé e íntegros para bem servir o povo de Deus, sobretudo, as viúvas, órfãos e idosos.

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