SÃO JOSÉ, O PEREGRINO DA ESPERANÇA.

Estamos no clima das comemorações do Ano Jubilar na Igreja Católica. Agraciados com o tema “Jubileu da Esperança”, motivados pela mensagem da carta de São Paulo aos Romanos (5, 5) “E a Esperança não decepciona.”

A esperança é uma virtude teologal que unifica as virtudes da fé e da caridade. Encontramos nos relatos bíblicos a perfeita motivação de ligarmos esse tema jubilar com a vida e missão de São José, a quem passamos a chamar de “O Peregrino da Esperança”. Afinal foi ele um fiel colaborador para a realização do grande mistério salvífico da humanidade.

Chama-nos a atenção sua presença silenciosa e  sua incondicional obediência  ao projeto do Reino de Deus: convocado para ser o guardião da Esperança ao receber, em sonho, a orientação do  anjo do Senhor para que, sem temor, acolhesse em sua casa Maria e a criança que ela gestava em seu ventre.  (Mt. 1,20-21)

O Menino Jesus, ao nascer, foi alvo de perseguição e jurado de morte, por parte do Rei Herodes. O anjo, em sonho, recorreu a José ( Homem de Esperança), confiando aos seus cuidados a proteção e guarda da Mãe e do Filho, na fuga para as terras do Egito.  Nas mãos de José as vidas de ambos estavam salvas e protegidas.

Após algum tempo, com a morte de Herodes, o anjo aparece novamente em sonho a José e o orienta a retornar a Nazaré com  Maria e o Menino Jesus para, então,  reconstruir sua vida familiar.

Com o passar dos anos, vai se percebendo como a Família de Nazaré está se estruturando, integrada à sociedade e no projeto salvífico de Deus. O menino crescia em idade, sabedoria e graça.

José assumiu o papel de pai adotivo e educador do Filho do Altíssimo. Por ser um homem justo e fiel à vontade de Deus, e graças à sua vocação de educador e à sua fé incondicional e esperança nos desígnios divinos, colaborou na formação do caráter e da personalidade de Jesus.

A virtude da Esperança está ligada à confiança. Ter esperança é saber aguardar com confiança. Aquele que confia sabe esperar e o que espera aprende a confiar. Em sua vida, José, com total  confiança,  sempre procurou fazer a vontade de Deus. Maria e Jesus sentiam-se amparados e fortalecidos na sua fé e missão, graças a tal inefável dom que esse esposo e pai trazia em seu coração e demonstrava em suas palavras e atitudes. Tinham a inabalável certeza de que ele tinha sido escolhido para essa nobre missão.

Ao rever a trajetória de José, constatamos o quanto aqueles que o conhecem pela sua vida e missão, o reconhecem como um Peregrino da Esperança. Ele continua passando pela vida das pessoas como um verdadeiro arauto, um portador da Esperança. Seus devotos, simpatizantes e seguidores, ao confiar a ele uma  graça a ser alcançada, aprendem a alinhar suas vontades com a Vontade de Deus.  .

O Ano Jubilar da Igreja Católica é a renovação do propósito do ser e do agir cristão. ´E tempo da conversão do coração. Encontramos em São José o entusiasmo que fortalece a nossa fé e a força divina que nos impulsiona a defender a vida das pessoas em situação de vulnerabilidade e de exclusão social.  Somente a Esperança é capaz de reconstruir o ser humano e de libertá-lo da escravidão  que a todos  mantém  doentios e reféns dos sistemas anárquicos e totalitários. Se o desânimo nos invadir, pensemos  na fé inabalável  de José… Se um sentimento de inquietação se apoderar de nós, pensemos na esperança inquebrantável de José…

José foi o primeiro ser humano a descobrir o Rosto Humano de Deus na pessoa do Verbo que se fez carne humana e veio habitar no meio de nós.

São José, pai adotivo de Jesus, olhai e cuidai de nós, agora e sempre. E ensinai-nos a olhar e cuidar  daqueles que se aproximam de nós.

Pe. Luiz Roberto Teixeira Di Lascio

Assessor da Pastoral Carcerária

Arquidiocese de Campinas-SP

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