Celebramos no dia 31 de julho a memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola. Dentre os santos celebrados neste mês, Santo Inácio possui grande importância e viveu num período marcante da história: a transição da Idade Média para a Modernidade. Ele fundou, junto com São Francisco Xavier e demais companheiros, a Companhia de Jesus, os jesuítas. Preparou diversos missionários, inclusive os que viriam para o Brasil. O desejo de Santo Inácio era que o cristianismo fosse espalhado por todo o mundo.
Inácio de Loyola nasceu em 1491, na Espanha, em uma família nobre, rica e cristã. Era o mais novo de treze filhos e cresceu voltado para os luxos da corte. Mais adiante, a exemplo de outros santos, ele deixaria tudo para servir ao Senhor. Antes disso, porém, escolheu a carreira militar, sendo um exímio cavaleiro. Desde muito cedo, empenhava-se em defender o que acreditava, mesmo correndo o risco de perder a própria vida.
Durante uma grande batalha, ao defender Pamplona, Santo Inácio foi atingido ficando gravemente ferido. Passou um longo período em convalescença, tempo esse que aproveitou para refletir sobre a vida. Nesse tempo livre, leu livros que narravam a vida dos santos que entregaram tudo pela causa do Reino. A partir de então, Santo Inácio começou a se perguntar por que ele também não poderia fazer o mesmo.
Ao se recuperar, Santo Inácio passou a viver para defender o Reino de Deus e trocou as coisas da terra pelas do alto. A exemplo de tantos santos, renunciou ao dinheiro, às roupas finas e à moradia luxuosa para se despojar e viver confiando na Providência Divina. Curado, dirigiu-se à capela de Nossa Senhora de Montserrat, onde pendurou sua espada no altar e deu as costas ao mundo da corte.
Santo Inácio foi um grande peregrino. Viveu a mendicância, enfrentou duras batalhas espirituais e praticou aquilo que chamou de “santa indiferença”, ensinando:
“Da nossa parte, não queiramos mais saúde que enfermidade, riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que vida breve, e assim por diante em tudo o mais, desejando e escolhendo somente aquilo que mais nos conduz ao fim para o qual somos criados.”
Em 1534, em Paris, juntamente com São Francisco Xavier e outros companheiros, fundou a Companhia de Jesus. Alguns de seus membros foram enviados para evangelizar o Brasil. Santo Inácio preparou e enviou missionários jesuítas para diversas partes do mundo, com a missão de evangelizar e difundir o cristianismo. Os jesuítas tiveram papel fundamental na história da Igreja e na propagação da fé cristã, crescendo muito especialmente durante os séculos XVI e XVII.
Santo Inácio faleceu no dia 31 de julho de 1556, em Roma, após uma vida inteira de evangelização e formação missionária. Foi canonizado em 1622, menos de um século após sua morte. Deixou à Igreja muitos escritos e ensinamentos, sendo considerado padroeiro dos retiros espirituais, devido à sua profunda busca interior. Foi o autor dos famosos Exercícios Espirituais, que até hoje conduzem milhares de fiéis a experiências profundas de conversão. Em 1922, o Papa Pio XI o declarou oficialmente padroeiro de todos os retiros espirituais.
Na bula de sua canonização, estava escrito:
“Uma alma maior que o mundo.”
Desde jovem, Santo Inácio de Loyola rejeitou as riquezas e escolheu Deus. Deixou de lado o que era profano e abraçou o que é sagrado. Sempre colocou Deus em primeiro lugar e teve como inspirações de vida os santos Domingos Sávio e Francisco de Assis.
Ao conseguirmos levar um irmão à conversão, ganhamo-lo para Deus, colocando em prática a célebre frase de Santo Inácio:
“Tudo para a maior glória de Deus.”
Que, em nossa vida diária, também busquemos levar muitos irmãos a Deus, ajudando-os no caminho da fé, sempre para a maior glória do Senhor. Vivemos hoje tempos não tão diferentes daqueles em que viveu Santo Inácio, porém que sejamos instrumentos de Deus na missão de conduzir essas almas de volta ao caminho do Evangelho.
Celebremos com alegria a memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola. Busquemos conhecer melhor a vida desse grande santo e coloquemos em prática os Exercícios Espirituais por ele deixados. Por meio deles, nos aproximamos mais de Deus.