Celebramos no dia 31 de julho a memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola, um grande ícone da Igreja e fundador da Companhia de Jesus (Jesuítas). Com essa celebração encerramos o mês de julho, e já voltamos o nosso olhar para o mês de agosto que se inicia, que é o mês vocacional. Inácio de Loyola deixou muitos escritos de vital importância para a Igreja e que até hoje inspiram fiéis a permanecerem firmes na fé.
Santo Inácio de Loyola nos ensina que devemos pregar e anunciar o Evangelho além dos muros da Igreja, ou seja, na escola, na comunidade, no bairro e no trabalho. Ele nos inspira a ser missionários, e como nos convida o Papa Francisco que também é jesuíta, temos que ser uma Igreja em saída. Temos que ir atrás daqueles batizados que não frequentam mais a Igreja.
Santo Inácio viveu na Idade Média, por volta do século XV, mas os seus escritos e ensinamentos continuam bem atuais e de forma alguma se tornaram obsoletos. Os escritos de Santo Inácio orientam a como realizar uma direção espiritual e uma boa confissão. Além disso os escritos de Santo Inácio ajudam o vocacionado em seu processo formativo. Por isso, é um bom livro que podemos ter em mãos ou presentear algum jovem que está no Seminário, para que não saia do caminho do Senhor.
Inclusive Santo Inácio de Loyola nos ensina a como realizar bem um retiro espiritual através dos exercícios espirituais que ele deixou escrito. Dentre as etapas para realizar bem um retiro espiritual destacam-se: Meditação, contemplação, exame de consciência e oração mental e vocal. Os retiros espirituais podem durar uma semana, 15 dias, e até um mês. O retiro tem sempre a orientação de padre pregador, quem o realiza encontra-se com o padre pela manhã e à noite para receber orientações e prosseguir o retiro.
Quando foi proclamada a “bula de canonização” de Santo Inácio estava escrito: “Uma alma maior que o mundo”, pois, desde jovem, Inácio de Loyola renegou as riquezas do mundo e escolheu a Deus, deixou de lado o que era profano e escolheu o Sagrado. Desde muito jovem nutria um amor profundo a Deus e à Igreja, em sua vida sempre colocou Deus em primeiro lugar.
Inácio de Loyola nasceu na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa, Inácio era o mais novo de doze irmãos. Inácio preferiu no início seguir a carreira militar, como um jovem valente entregou-se às ambições e as aventuras das armas e dos amores.
Durante uma batalha, em defesa do castelo de Pamplona, Inácio foi ferido numa perna, precisando ficar por um tempo de repouso e afastado, com a perna imobilizada. Desse “mal” que aconteceu com Santo Inácio Deus tirou um “Bem”, pois nesse período Santo Inácio leu bons livros sobre Jesus Cristo e os santos e em seu coração sentiu o desejo de fazer o mesmo que esses santos fizeram. Nesse momento deu-se a conversão, pois sentiu no coração o desejo de entregar-se aos Senhor na missão.
Tudo aconteceu muito rápido na vida de Santo Inácio, logo se converteu e começou a escrever. Em seus escritos dizia: “Tudo para a maior glória de Deus”. Santo Inácio dizia que tudo o que acontece em nossa vida, seja de bom ou de ruim, seja para a maior de Glória de Deus, e que do problema que aparece no caminho devemos buscar em Deus a solução. Uma coisa que para nós pode ser o fim, para Deus pode ser o começo.
Santo Inácio pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu os conhecidos exercícios espirituais. Estudou filosofia e teologia e lançou os fundamentos da Companhia de Jesus (Jesuítas). Os exercícios espirituais deixados por Santo Inácio de Loyola todos podem fazer, não somente os jesuítas ou religiosos. Os exercícios espirituais nos ajudam a nos aproximar mais de Deus e vencer as tentações do mal. Esses exercícios espirituais são muito usados para direcionar os retiros espirituais e ajudam as pessoas a aproveitar melhor o retiro espiritual, silenciando para o mundo exterior e ouvindo Deus em seu interior.
A Companhia de Jesus fundada por Santo Inácio iniciou os trabalhos em 1534, era algo novo e original, além de providencial para aquele momento. Era a época da “contrarreforma”. O próprio Santo esclarece: “o fim último dessa companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo”.
A Companhia de Jesus cumpre o mandado do próprio mestre: devemos amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Se encontramos um irmão nosso que está seguindo um caminho errado ou se perdendo no pecado, podemos conversar com esse irmão e mostrar para ele o caminho certo, fazer com esse irmão o caminho de conversão e de mudança de vida, do mesmo modo que foi feito com Santo Inácio. Por isso, a Companhia de Jesus ocupa-se por ajudar na salvação da alma do próximo.
Ao conseguirmos converter esse irmão, o ganhamos para Deus e coloca-se em prática a frase dita por Santo Inácio: “Tudo para a maior glória de Deus”. Que em nossa vida diária possamos ganhar muitos irmãos para Deus e ajudá-los no caminho de conversão e que tudo seja para a maior glória de Deus. Pois, o tempo que vivemos hoje não é muito diferente do tempo que viveu Santo Inácio, muitas pessoas estão “abandonando” a fé e optam pelas coisas do mundo e não pelas de Deus. Que possamos conduzir muitas pessoas para Deus.
Santo Inácio morre aos sessenta e cinco anos e pedimos que do céu esse grande santo interceda por nós. Que possamos fazer tudo com todo o coração, com toda a alma e com toda a vontade, conforme dizia Santo Inácio.
Busquemos conhecer melhor a vida desse grande Santo e coloquemos em prática os exercícios espirituais deixados por ele, por meio deles nos aproximamos mais de Deus.