Santo Inácio de Loyola

    Celebraremos no próximo dia 31 de julho, a memória litúrgica de Santo Inácio de Loyola, um exímio pregador da Palavra de Deus e que servia com amor e esmero aos mais pobres. Fundador da ordem religiosa denominada como Companhia de Jesus, mais conhecida como Jesuítas. Contribuiu muito na época da reforma do catolicismo, encorajando os fiéis a se manterem firmes na fé e catequizando os novos cristãos que procuravam a Igreja. Foi um importante movimento espiritual nessa época e foi uma Bênção para os inícios da evangelização no Brasil. Um pouco de sua vida atribulada nos mostra como Deus age em meio a tantas situações e conduz a história:

    Santo Inácio de Loyola nasceu em 31 de maio de 1491, na localidade de Loiola (em espanhol, Loyola). Inácio foi o mais novo entre os 13 irmãos. Sua mãe faleceu entre os seus primeiros anos de vida e seu pai faleceu quando tinha apenas 17 anos de idade.

    Inácio começou a aspirar a vida religiosa quando começou a ler livros sobre a vida dos santos, sobretudo, quando leu “Legenda Áurea”, de Jacopo de Varazze, um monge cisterciense que comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca. Inácio teve essa experiência militar e de serviço à força nacional.

    A partir dessas leituras, se sentiu empolgado e com um forte desejo no coração de servir a Deus. Decidiu devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa. Durante esse período, Inácio desenvolveu os primeiros planos dos Exercícios Espirituais, que depois iriam contribuir muito para os novos métodos de evangelização da Igreja. Os exercícios espirituais são bem atuais até os dias de hoje e são os passos que ajudam os fiéis a rezarem e se encontrarem com Deus.

    Inácio iniciou o seu caminho de austeridade e de serviço a Deus partindo para o mosteiro beneditino de Montserrat na Catalunha, onde confessou-se por três dias. Em 24 de março de 1522, pendurou seu equipamento militar perante uma imagem da Virgem Maria, despiu-se de suas roupas vistosas, doou-as a um mendigo e passou a se vestir com roupas simples.

    Inácio, como muitos outros santos, deixa uma vida de “riqueza” e opta por uma vida de austeridade e pobreza. Inácio se despoja de tudo o que possuía e opta pelo bem maior que é Deus. Que nós todos possamos de igual modo nos despojar de tudo aquilo que nos afasta de Deus e abraçar uma vida de total entrega a ele. Buscando sempre o nosso bem maior.

    Em breve, Inácio entra no mosteiro de Manresa, na Catalunha. Inácio assume uma vida de estilo mendicante, impondo-se a rigorosas penitências à imitação dos santos. Vivia de esmolas, privava-se de carne e vinhos, frequentava a missa diária e rezava a Liturgia das Horas. Costumava visitar hospitais e levar comida aos doentes.

    Inácio, enquanto esteve em Manresa, passou por diversas experiências espirituais e visões e, também, passou por diversas provações internas. Passou por desânimo, aflição e por “noites escuras” (termo usado por São João da Cruz), que se refere aos diferentes estados de espírito entre a incerteza e a dúvida sobre a fé. Após essas provações, teve o ânimo renovado diante de novas experiências espirituais. Aquilo que ele passou com as “noites escuras” serviu para que ele retomasse ainda mais o vigor religioso e fortalecesse mais a sua fé. A vivência interior deste período deu-lhe a matéria para escrever os Exercícios Espirituais.

    Inácio vai para Jerusalém em 1523, sendo acolhido pelos Franciscanos e visitou todos os lugares sagrados do Cristianismo. Inácio estava decidido a viver ali, mas os franciscanos não permitiram e ele embarcou para Veneza, chegando em janeiro de 1524. Depois, seguiu para Barcelona. Diante dos planos frustrados de viver em Jerusalém, novos ideais de vida surgiram em sua mente, para ajudar as almas. Para isto, decidiu estudar. Primeiramente, estudou o latim e se aperfeiçoou na vida espiritual. Conquistou a estima de muitos e o desprezo de alguns, por não concordarem com seu estilo de vida. Ajudou a Reforma do Mosteiro Nossa Senhora dos Anjos, fazendo com que as monjas vivessem na clausura.

    Depois de Barcelona, Inácio foi encaminhado para Alcalá, onde ensinou bastante, pregou e ensinava os seus exercícios espirituais. Acabou sendo preso e perseguido pela inquisição. Proibiram-no de pregar e tinha que usar vestes comuns. O Arcebispo de Alcalá o envia para Salamanca, onde lhe abrem as portas da universidade. Em Salamanca, a sua pregação ganhou fama. Os religiosos do convento em contato com Inácio se intrigaram de como ele falava de Deus sem nunca ter estudado Teologia. Com isso, os dominicanos se sentiram intrigados e resolveram interroga-lo e denunciá-lo. Foi preso novamente. O vigário do Bispo e o professor da universidade foram visitá-lo e ele entrega o livro dos exercícios espirituais. Eles analisaram e nada encontraram que o condenasse. Inácio e seus companheiros foram libertados, mas proibidos de pregar até completarem os quatro anos de estudo. Diante disso, ele decide seguir sozinho para Paris. Partiu em 1528.

    Em 1528, ingressa na Universidade Paris, onde fica por sete anos. Nesse período, estendeu a sua educação literária e teológica, tentando cativar os outros estudantes para os exercícios espirituais. Em 1533, Inácio obtém a licença de docente. Em 1534, tornou-se mestre em Artes e tinha seis seguidores.

    Em 1534, ele os outros seis companheiros, fundam a Companhia de Jesus na capela da cripta de Saint–Denis, na igreja de Santa Maria. Em 1537, eles viajaram até a Itália para procurar a aprovação pontifícia a sua viagem à Terra Santa. O Papa Paulo III concedeu-lhes aprovação e permitiu que fossem ordenados padres. Foram ordenados em Veneza pelo bispo de Arbe. Aos poucos, com o passar do tempo, os Jesuítas foram crescendo e hoje são uma das maiores ordens religiosas que temos no mundo e os ensinamentos de Santo Inácio, sobretudo, com os exercícios espirituais continuam presentes e ajudando os fiéis a rezarem. O Brasil deve muito aos Jesuítas o início de sua evangelização.

    Santo Inácio morre em Roma no ano de 1556, foi canonizado em 12 de março de 1622, pelo Papa Gregório XV. E todos os anos, no dia 31 de julho, celebra-se sua festa litúrgica. Em 1922, o Papa Pio XI proclamou Santo Inácio como patrono dos exercícios espirituais.

    Celebremos com alegria o dia de Santo Inácio de Loyola no próximo dia 31 de julho, pedindo, sobretudo, que ele nos ajude a falar de Deus para as pessoas e a colocar em prática na nossa vida os exercícios espirituais. Que ele nos ajude, também, a nos despojarmos de tudo aquilo que nos afasta de Deus e abraçar uma vida de austera oração e serviço dos mais necessitados.

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