Para dar prova da própria vocação religiosa, aos 17 anos Alexandre, nascido em Milão, de nobre família genovesa, improvisou-se em pregador, subindo a um palanque de caixas de hortaliças na praça pública do mercado milanês. E, diante de um público atônito e curioso, falou de Deus e da fugacidade existente neste mundo.
Mal deixara para trás uma brilhante carreira no séquito do imperador Carlos V e se juntara aos clérigos regulares de São Paulo, conhecidos com o nome de barnabitas.
Entre outros dotes, possuía uma memória formidável. Memorizava tratados inteiros da Suma teológica, de são Tomás, e as obras dos padres da Igreja. Tinha sobretudo uma grande devoção à Virgem, à qual se havia consagrado ainda jovem com um voto particular de castidade.
Ordenado sacerdote em 1556, durante a celebração da missa foi assistido por um confrade que tinha o encargo de recordar-lhe em que ponto estava da celebração da Eucaristia — não porque tivesse facilidade de se distrair, mas sim, para trazê-lo de volta à terra, depois de frequentes arroubos e êxtases. Com apenas 33 anos foi eleito superior geral da ordem. Depois o papa são Pio V o nomeou bispo e foi consagrado por um outro santo, são Carlos Borromeu, bispo de Milão, seu discípulo e amigo, e destinado à diocese de Aleria, na Córsega.
A pobreza do lugar e a total desorganização da igreja local não o espantaram. “Aqui ao menos Deus não nos faltará”, foi seu comentário. E por 20 anos trabalhou sem poupar esforços, reformando, corrigindo, socorrendo. Muitas vezes se interpôs como pacificador nas frequentes vinganças entre famílias e entre regiões. Foi um pai solícito pelo bem material e espiritual e autêntico mestre da vida cristã.
Por sua heroica dedicação mereceu o título de “anjo tutelar, pai dos pobres, apóstolo da Córsega”. Depois Gregório XIV o destinou à sede de Pávia. Morreu pouco depois em Caloso d’Asti. Foi canonizado em 1904.